
A necessidade de se criar regras claras para gerenciar momentos de crise trazidos por situações como a da tragédia climática do Rio Grande do Sul é uma das lições que ficam, avaliam representantes do setor produtivo que participam do 23º Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo. Presidente da entidade, Luiz Carlos Corrêa Carvalho sintetizou:
— A grande mensagem disso tudo é que temos de estar preparados, planejados na relação público-privada para as mudanças que virão. E nos voltarmos para tecnologias reconhecidas. Temas candentes como esse deverão fazer parte do planejamento.
Vice-presidente da Abag, Ingo Plöger ponderou que o que se aprendeu é que, em uma situação de catástrofe, existem quatro passos: o caos, a emergência, a urgência e a prioridade. E quando se mistura isso, o resultado é "o caos permanente":
— Qual é a governança de crise que um país precisa ter, ou um executor precisa ter, ou um governador, ou um prefeito, para poder responder de uma maneira adequada? Nós não temos um regramento de gestão de crise.
São normas que possam dar a solução que cada momento pede. Plöger fez uma analogia com as condições estabelecidas para que uma ambulância com a sirene ligada possa ter um fluxo mais rápido no trânsito:
— Pode estar na contramão, passar pelo sinal vermelho, sem problema. Por quê? Porque existe uma governança de emergência e todo mundo que está no trânsito sabe que, naquele momento, a ambulância tem uma prioridade.
* A colunista viajou a convite da Associação Brasileira do Agronegócio.