O meio rural avança a passos largos no ambiente virtual, com as ferramentas digitais ganhando cada vez mais espaço no dia a dia e nos negócios das propriedades. Em pouco menos de uma década, o uso da internet, por exemplo, cresceu 35 pontos percentuais. É o que mostra a 8ª Pesquisa Hábitos do Produtor Rural, encomendada pela Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio (ABMR&A) e executada pela IHS Markit, que ouviu 3.048 produtores em 16 Estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Sul, onde foram feitas 375 entrevistas.
Com o uso do meio digital crescendo, aparecem também os canais preferidos, seja para a vida profissional ou para a pessoal. Noventa por cento dos entrevistados costumam fazer uso de alguma rede social. Na pesquisa anterior, em 2017, esse percentual era de 77%. E em 2013, 47% (veja gráfico). No ambiente digital, o WhastApp é o que alcança o maior percentual entre os meios mais utilizados, com 76%. Sites têm 57%, redes sociais 48% e e-mail apenas 6%. Tudo isso com a facilidade trazida pelos smartphones, hoje uma realidade entre 94% dos respondentes.
— Isso mostra que o produtor rural está com interação instantânea, está muito antenado — frisou Marcelo Claudino, da IHS Markit.
Os meios eletrônicos tradicionais continuam tendo relevância, com a TV aberta sendo ainda o mais utilizado (76%). Mas em crescimento é o uso da internet que se destaca, passando de 39% em 2013 para 74% em 2021.
— Hoje, com a diversidade de meios, você é atraído pelo conteúdo que te atende. Seja digital, papel. O mestre do acesso é o conteúdo — observa Jorge Espanha, presidente da ABMR&A.
Nessa edição da pesquisa, entrevistadores se desdobraram para fazer o levantamento, tendo de driblar as restrições trazidas pela disseminação do covid-19. Com entrevistas presenciais, foram 20 meses de apuração.
— A pesquisa mostra, com exatidão, o que está na mente dos agricultores e criadores neste exato momento em que o Brasil e o mundo ainda são impactados pela pandemia do novo coronavírus — completa Ricardo Nicodemos, vice-presidente da ABMR&A.
Na pandemia
Um dos apontamentos trazidos é o de que o setor teve baixo impacto das atividades em meio à pandemia, seja na produção (opinião de 64%) ou na comercialização (avaliação de 68% dos entrevistados). Na prática, reforça a manutenção das atividades com o intuito de garantir o abastecimento do mercado interno e externo.