A jornalista Karen Viscardi é colaboradora da colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

O governo do Estado voltou atrás e encaminhou para a Assembleia na quarta-feira (22) novo texto no qual mantém os índices de insalubridade dos servidores estaduais, incluindo os servidores da Secretaria da Agricultura. Conforme a proposta, os trabalhadores receberão gratificação de acordo com o grau de exposição entre 10%, 20% e 40%, incidindo sobre o vencimento básico, ou seja, preservando o que está hoje em vigência. Mas, diferentemente do que ocorre hoje, o percentual não será incorporado à remuneração nem aos proventos de inativos: será pago durante o período em que o servidor estiver prestando serviços em condições especiais.
O presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários do RS (Afagro), Pablo Fagundes Ataíde, diz que há outras perdas na proposta do governo, mas avalia como positiva a mudança:
— Em termos de salário imediato, era a principal perda na remuneração.
O deputado estadual Rodrigo Lorenzoni (DEM), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha (FPA Gaúcha), considera que a questão da insalubridade foi um avanço:
— Os fiscais agropecuários efetivamente desempenham funções em situação de insalubridade, estão dentro dos frigoríficos, atuam com agroquímicos, ou seja, em ambientes insalubres.
Sobre a questão da incorporação da remuneração ao salário e aos inativos, Lorenzoni diz que as negociações ainda não encerraram.
— Estamos negociando a questão da incorporação. Ainda podemos fazer acordo, propor emenda no plenário. Há possibilidade de construir? Há. Será fácil? Acho que não — afirma Lorenzoni.
Além deste tema, os servidores da Agricultura buscam manter avanços, como triênios e quinquênios.
— Como não temos data-base e recuperação de perdas inflacionárias há cinco anos, a única forma de aumento de salário seriam esses avanços — explica Ataíde.