
A distribuição de banana na mobilização dos servidores estaduais em frente à Secretaria da Agricultura, na Capital, não foi por acaso. A escolha é carregada de simbolismo. O primeiro deles é a relação com o trabalho dos fiscais agropecuários, que têm entre outras funções, a de fiscalizar produtos vegetais. O outro é a alusão aos vencimentos atrasados.
— Estamos desde o governo (de José Ivo) Sartori recebendo uma "banana" todos os meses, com os salários parcelados — explica o presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul, Antonio Augusto Medeiros.
No total, mais de 250 funcionários da Secretaria da Agricultura, juntamente de outras categorias em greve entregaram 500 quilos de banana a pedestres e motoristas. O ato ocorreu nesta quinta-feira (27) em frente à sede da pasta, em Porto Alegre, com objetivo de sensibilizar a população. Os funcionários públicos estão paralisados desde a terça-feira (26), em protesto ao pacote de reforma da Previdência apresentado pelo Executivo e ao atraso recorrente no pagamento da folha.
Com a greve, fiscalização de indústrias sob inspeção estadual, coleta de amostras referentes a suspeitas de deriva do herbicida 2,4-D e monitoramento da vacinação contra a febre aftosa são impactados. Até o fim desta quinta-feira, os sindicatos das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs), das Indústrias de Produtos Suínos do RS (Sips) e a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) seguiam aguardando resposta de liminar coletiva solicitando a retomada da fiscalização nas empresas associadas.
— Estamos apreensivos, mas por enquanto as indústrias estão conseguindo administrar. Seguimos acompanhando e tomando medidas cabíveis para garantir percentual mínimo de funcionamento, para que não venhamos a ter animais represados no campo — explica Eduardo dos Santos, diretor-executivo da Asgav.
Colaboraram Leticia Szczesny e Tiago Bitencourt
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