Além dos efeitos da Operação Trapaça, outro problema recorrente preocupa a indústria de proteína animal: o fornecimento de milho. A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) reforça a necessidade de buscar saída para a situação histórica do grão – o Estado consome mais do que produz. Com a soja, ele representa 70% do custo da indústria.
– Precisamos soluções a curto, médio e longo prazos – disse Nestor Freiberger, presidente da Asgav.
Uma das estratégias para incentivar o cultivo do milho, evitando o efeito gangorra de preços – e o impacto disso sobre a área de produção – é a venda futura, com preço pré-fixado.
– O papel das empresas é buscar negociação futura, com preço fixo. Na produção da safrinha (segunda safra de milho, no Centro-Oeste, no Paraná e no Matopiba), esse mecanismo flui – observou Arene Trevisan, diretor-executivo de suprimentos da JBS.
Na safrinha, estima-se que de 50% a 60% do milho seja negociado dessa forma. No Rio Grande do Sul, o percentual é de 8%.
– Tem uma questão cultural também – acrescenta Freiberger.
A estimativa é de que neste ano o déficit de milho no Estado seja de cerca de 2 milhões de toneladas.