
A teoria da "destruição criativa" rendeu "metade" do Nobel de Economia de 2025 aos pesquisadores Philippe Aghion e Peter Howitt. Eles desenvolveram um modelo matemático em 1992 que descrevia o crescimento como um processo no qual a inovação cria o novo e elimina o velho. Ou seja, o avanço tecnológico gera progresso, mas desafia profissionais, empresas e processos a não se tornarem obsoletos. Veja, por exemplo, a evolução na forma de comprar e consumir música e filmes ao longo dos últimos anos (sim, nem precisamos falar em décadas).
Isso gera o progresso coletivo, mas algumas perdas individuais, que às vezes viram forças que querem coibir este avanço para que elas próprias não sejam eliminadas. O ambiente precisa, portanto, permitir a concorrência e investir em conhecimento para que ocorra a "destruição criativa". Qualquer semelhança não é mera coincidência. Quem coíbe a transição energética, essencial para todos e ameaçadora para poucos? Com bloqueio à inovação, tem-se a estagnação (em alguns casos, retrocesso).
Em tempo, a outra metade do Nobel ficou com o pesquisador Joel Mokyr, que identificou os pré-requisitos para o crescimento sustentado pelo progresso tecnológico. Ou seja, as duas teorias estão extremamente relacionadas ao momento mundial, de acelerada tecnologia, mas com necessidade de inovações para enfrentar desafios que vão da saúde ao meio ambiente. Os estudos identificaram como isso levou a um crescimento econômico que reduziu a pobreza e elevou o padrão de vida global nos últimos dois séculos.
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: polêmica da energia renovável, leilão de ferrovias e o potencial do triticale
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)



