
No mundo dos investimentos, a polêmica da última semana envolveu os chamados COEs, que são os Certificados de Operações Estruturadas. Os papéis, distribuídos principalmente por XP Investimentos e BTG Pactual, estão com perdas que chegam a superar 90% no valor investido no caso da Ambipar e 70% no da Braskem. Ou seja, não é só na rentabilidade, afeta o montante aplicado.
Estes COEs são baseados em títulos de dívida emitidos pelas empresas. Quando a situação financeira do emissor fica ruim, o papel desvaloriza. E o que ocorreu com essas empresas? A Ambipar está para pedir recuperação judicial para evitar falência e a Braskem, mais uma vez, gera desconfiança sobre sua situação financeira após tomar um empréstimo de R$ 1 bilhão. Não precisou nem ter calote para os valores despencarem.
São investimentos complexos e de risco e alguns planejadores financeiros nem recomendam para pessoa física, porém muitos assessores de investimento sugerem COEs para os clientes porque a comissão é mais alta em relação a outras opções. Eles não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), um montante abastecido pelos bancos para cobrir prejuízo no caso de quebra de uma instituição financeira, por exemplo.
Não é pouco COE por aí, embora tão controverso. Segundo a bolsa de valores de São Paulo, a B3, foram mais de R$ 90 bilhões movimentados em 2024, superando mil operações por dia. Do total, 15% são os COEs de crédito, como estes de Ambipar e Braskem, ou seja, atrelados ao risco de crédito das empresas.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)





