
Para voltar a vender ônibus no mercado europeu, a Marcopolo teve que se adaptar a atualizações da legislação local, que costuma ser pioneira em exigências. Gerente de Estratégias, Rodrigo Bisi conta que, inclusive, o Brasil tende a copiar depois estas regulamentações, o que fará a empresa sair na frente quando isso ocorrer. Até lá, o retorno à Europa é impulsionado pela presença da fabricante aqui na Busworld, feira do setor realizada em Bruxelas, Bélgica.

Mas sobre as exigências, Bisi lista três principais. Uma é a "flamabilidade" de materiais internos do veículo. Há um tempo máximo de propagação das chamas para que se consiga apagar o fogo, o que ele diz já estar sendo estudado no Brasil. Em segundo lugar, tem a cibersegurança, que exige homologação do produto, da fábrica e de todos os sistemas de prevenção a ataque hacker.
— Hoje, cada ônibus leva um grande computador dentro de si. Ou vários, para gerenciar todos os sistemas que temos com o alto nível de conectividade. A maioria dos veículos tem internet por satélite, o que é um canal de comunicação que gera risco. Carroceria e chassis têm gerenciamento eletrônico.
Por fim, existe a chamada compatibilidade eletromagnética, que busca garantir que a tecnologia nos produtos não afete a saúde das pessoas nem outros sistemas tecnológicos.
— Teve um caso de um veículo elétrico aqui na Europa que parava no mesmo lugar sempre que passava por uma determinada rua, porque ele sofria essa interferência de sinais externos — exemplifica Bisi.
Ouça a entrevista na íntegra:
Leia aqui a cobertura da Busworld.
* A coluna viajou a Bruxelas a convite da Marcopolo.
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: salto de trabalhadores estrangeiros, obra parada em hotel e lojas de motos indianas
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)




