
A dupla arroz e feijão está entre os alimentos que mais têm queda de preço na cesta básica de Porto Alegre, pesquisada mensalmente pelo Dieese. O arroz caiu 25% em 12 meses, enquanto o feijão ficou 33% mais barato.
Safras grandes aumentaram a oferta — de quantidade e de preço — destes alimentos. O movimento preocupa produtores rurais, que alegam que não cobre o custo de plantio e colheita. Mas, obviamente, isso alivia o bolso do consumidor e a inflação. Neste ciclos periódicos, se tem queda na área de plantio nas safras seguintes, o que eleva preço e tende a trazer o produtor de volta
O problema é que arroz e feijão vêm perdendo espaço na mesa do consumidor brasileiro ao longo dos anos, como a coluna apontou ainda em junho. Em outros países, como na Europa, nem estão tão presentes no cardápio.
Além da influência do endividamento e da inflação, há mudança de comportamento de consumo que vem de algumas décadas. Estimativas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) apontam que, em 1985, o consumo per capita de arroz era de 40 quilos por ano, enquanto o do feijão era de 19 quilos. Em 2023, o do arroz foi de 29 quilos e o do feijão de 13 quilos.
Profissionais de saúde apontam que a dupla saudável está sendo substituída por produtos ultraprocessados (alguns nem devem ser chamados de alimentos). Lembre-se de que o arroz e o feijão são alimentos pouco industrializados, passando por menos processos do que, por exemplo, um macarrão, o que faz com que mantenham mais nutrientes e necessitem de menos aditivos.
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: polêmica da energia renovável, leilão de ferrovias e o potencial do triticale
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)




