
O plano de ação mais interessante que surgiu nos últimos tempos para o Rio Grande do Sul é um estudo feito pela Embratur, Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo. Entre os apontamentos do Plano Brasis para o Estado, estão de onde trazer e para onde levar turistas estrangeiros (relembre aqui o que a coluna publicou). Para detalhar a estratégia, o podcast Nossa Economia, de GZH, ouviu o diretor de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur, Bruno Reis. Veja trechos da entrevista abaixo e ouça a íntegra acima.
Como foi feito o Brasis para o Rio Grande do Sul?
Existia um plano defasado que estava em curso até 2020, que se chamava Plano Aquarela. Agora, o Brasis tem um olhar personalizado. A estratégia para o Rio Grande do Sul é diferente da de Pernambuco.
Não funciona vender para turista internacional, principalmente da Europa, que venha conhecer a "Europa brasileira".
Exatamente. Para vender a Itália, Portugal, Reino Unido e Alemanha, precisam ser experiências que conversem com a cultura gaúcha ou com os produtos de ecoturismo e turismo de aventura, como os próprios geoparques. Promoção internacional de turismo também faz parte de análise geopolítica e macroeconômica. Agora, para o Peru, que é um mercado de potencial, seria interessante conhecer os parques temáticos de Gramado e Canela, a Europa que fica fora da Europa.
Qual a relevância dos cânions de Cambará do Sul? Há preocupação com o preço alto e a falta de investimentos desde a concessão.
Sim, assunto oportuno e primordial. Estamos atentos com isso, porque leva a cuidar da imagem do que queremos promover. Provocamos gestores estaduais e o Sebrae sobre os gargalos a serem resolvidos.
Como oferecer o Estado lá fora?
Tem que evitar produtos que são equivocados nos mercados equivocados. Vejo com preocupação ações isoladas promocionais. Monta um estande na feira em tal país com ativações de gastronomia. Mas quem monitora depois de vender o produto aos operadores? Na apresentação no Rio Grande do Sul, apontei várias oportunidades com operadoras do Peru que não têm ainda produtos turísticos gaúchos. E não adianta só fazer um produto no curto prazo. Precisa ter recorrência, credibilidade.
Interessante que o turismo de natureza também entra no radar do visitante internacional.
Exato. É uma tendência. O Brasil é o país mais biodiverso do mundo, a maneira como apresentamos isso é nos apropriarmos da nossa fauna e da nossa flora.
E a Itália? Porto Alegre quer voo direto a Roma.
O crescimento de um ano para o outro de vinda de italianos já é de 50%. Eles fazem conexão em Lisboa e vêm direto ou fazem por Guarulhos. Agora, que produto eu ofereço a eles? Não posso levar as experiências de vinho e azeite para o mercado italiano, mas devo levar de cultura, gastronomia local, ecoturismo.
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Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: cinturão de investimentos em tecnologia, o preço da falta de ferrovias no RS e mais
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)




