
Já teve cobrança pública do presidente Lula, mas ainda não saiu o programa para garantir o financiamento imobiliário, especialmente para a classe média e para reformas. O Minha Casa, Minha Vida já foi ampliado em maio, mas o governo fala agora no "maior programa habitacional da história do país". Segundo Lula, é "infinitamente maior" do que o MCMV. O dilema é ter recursos para bancar a construção e o empréstimo para compra da casa própria. As principais fontes, poupança e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), estão com mais saques do que depósitos. No ano passado, contratados ficaram travados no último trimestre até virar o ano e liberar um novo orçamento.

O Ministério das Cidades diz esperar do Banco Central uma limitação da taxa de juro e a fatia dos recursos que irão para o programa. Vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal (CEF), Inês Magalhães, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, evitou entrar no campo do ministério e da autoridade monetária, mas admitiu à coluna que a saída deve ser a redução do depósito compulsório. Com exigência de reter menos dos depósitos da poupança no sistema financeiro, sobrará mais para financiar o mercado imobiliário.
— Não há falta de recursos, o problema é o custo do financiamento — diz ela.
Isso porque até há fontes alternativas, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), mas o dinheiro que vem delas é mais caro do que o da poupança. Em junho, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que está se trabalhando em um novo modelo de financiamento para o setor imobiliário, que funcionará como uma ponte entre o sistema baseado na poupança e as fontes de mercado. A ideia é que seja uma solução mais estrutural, que evite as oscilações de saques e depósitos da caderneta.
A CEF, que concentra este mercado no país, projeta fechar 2025 com recorde de R$ 250 bilhões em crédito habitacional.
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