
Os setores econômicos (e não econômicos) precisam equilibrar o corporativismo com uma autofiscalização com cobranças e até punições que cortem na própria carne, além dos tradicionais cursos de aperfeiçoamento. Não é de hoje que faço essa provocação e a repeti na entrevista sobre as fiscalizações da Vigilância Sanitária com o representante do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha) no Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Ganha o consumidor, que mantém sua confiança no setor.
A postura inicial da entidade — como, em geral, é de outras também — foi dar suporte caso ocorram exageros de fiscais. Mas e quando os restaurantes e lojas de comida claramente estão fazendo errado, inclusive admitindo? O que foi feito? Nada prejudica mais o setor do que esse descumprimento. Se discorda da lei, batalhe-se para mudá-la com argumentos, como algum prazo de validade ou temperatura exigida da maionese.
As pessoas ficam com receio de comer fora de casa, seja onde for. Ah, mas aí a saída é não identificar o local? Não, não é. Até mesmo porque o caso rumoroso do final de semana foi divulgado pelo próprio estabelecimento, a Casa Vivá.
O fiscal tem fé pública para apontar os problemas, que vão dos insetos no chocolate da Cacau Show a glúten em produtos vendidos para celíacos, como na Juro de Dedinho. Estamos falando de condições da comida, não de uma burocracia de registro. É preciso, sim, divulgar as ações, especialmente do ponto de vista do consumidor.
E, caso não se divulgue onde foi o problema, diversos estabelecimentos sofrem com a desconfiança, como quando houve apreensão de carne de cavalo imprópria vendida para hamburguerias da Serra. Até se divulgar quais estabelecimentos eram, o segmento todo teve queda de vendas que levou até a rompimento de negócios. Imagine a família no café da manhã ouvindo a notícia na rádio que foi encontrado formol no leite de indústrias sem dizer quais são as marcas investigadas.
É a responsabilidade e o risco da atividade econômica, que, não por nada, é cheia de regras e cursos de boas práticas. E sobre ser filmado e exposto nas redes sociais, fiscais e restaurantes devem saber que não tem como fugir disso hoje. Se está se fazendo o certo, não há o que temer, como me disse o dono de uma rede de restaurantes e lojas de alimentos, frequentemente fiscalizados.
Aproveite também para assistir ao Seu Dinheiro Vale Mais, o programa de finanças pessoais de GZH. Episódio desta semana: três áreas onde os salários mais aumentam
É assinante mas ainda não recebe a carta semanal exclusiva da Giane Guerra? Clique aqui e se inscreva.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)




