A jornalista Isadora Terra colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço.

Diante do anúncio do presidente americano Donald Trump de impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai aos Estados Unidos para encontrar com importadores. A entidade busca abrir diálogo com o setor privado americano e mitigar os efeitos da medida, considerada sem precedentes e sem justificativa econômica.
A ação será conduzida pelo Conselho Empresarial Brasil–Estados Unidos (Cebeu), coordenado pela CNI em parceria com a Câmara Americana de Comércio (US Chamber). A comitiva deve viajar nos próximos dias e contará com representantes da indústria.
— O objetivo é sensibilizar o setor privado americano e mostrar os impactos dessa medida não só para os exportadores brasileiros, mas também para os próprios importadores dos Estados Unidos — afirmou Tatiana Farah, gerente de Promoção Comercial da confederação, em entrevista à coluna.
Segundo Tatiana, a articulação é feita diretamente por associações setoriais e grandes empresas. A movimentação acontece desde o primeiro anúncio, de tarifas de 10%. No plano institucional, a CNI mantém conversas com parceiros nos EUA, incluindo a US Chamber.
O cenário, porém, é desafiador. Tatiana reconhece que, caso as tarifas mais elevadas sejam confirmadas por ordem executiva do governo americano, as exportações brasileiras podem se tornar inviáveis em muitos setores. Ela ressalta que os importadores também enfrentam dificuldades com tarifas impostas a outros países — não apenas ao Brasil. E complementa que, do ponto de vista deles, as exportações brasileiras representam um volume pequeno.
— No geral, se as tarifas de 50% forem efetivamente impostas, nós não temos nem poder de barganha. Inviabiliza a negociação para a maioria dos setores — resumiu.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)




