
A polêmica da venda de medicamentos em supermercados vem de anos, mas voltou à tona nesta semana, inclusive entre empresários do Rio Grande do Sul que procuraram a coluna para opinar. O setor entregou à Comissão de Assuntos Sociais do Senado uma nova proposta, pela qual a ideia é "store in store", ou seja, loja dentro da loja. Seria instalar farmácias completas dentro do supermercado em vez de vender os remédios sem receita nas prateleiras, como vinha se discutindo em outro projeto que já tramita no Congresso. Pela nova ideia, a operação seria do próprio supermercado ou de uma rede de farmácias parceira. Com farmacêutico e área climatizada como exige a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), seriam vendidos mesmo remédios que exigem prescrição médica.
O setor farmacêutico usou o "plano B" dos supermercados para desqualificar o "plano A", dizendo que reforça o quanto o anterior era precário. Acrescentou que mesmo o de agora não traz grandes novidades, porque já pode ter farmácia em hipermercado, desde que separada da área de vendas (antes dos caixas) e pertencendo a grupos independentes. O Conselho Nacional de Saúde também argumenta que, mesmo com a nova proposta, o interesse de venda pode se sobressair sobre a saúde do consumidor.
A antiga discussão tem mais argumentações dos supermercados. Uma delas é o preço, dizendo que os medicamentos sem receita poderão ficar mais baratos para o consumidor. Outra é que a mesma "invasão de campinho" está sendo feita por farmácias, que estão virando mercados com venda de produtos que vão de alimentos a chinelos e brinquedos. No mínimo, se tornaram lojas de conveniência.
Perceba que a disputa envolve setores gigantes e com muita capilaridade.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)