Há 16 anos no agronegócio, a Fazenda Estância Velha, de Dom Pedrito, na região da Campanha, pediu recuperação judicial. A dívida chega a R$ 89,7 milhões, sendo que R$ 58 milhões entrariam no processo e o restante seguiria em cobrança fora da ação.
A propriedade cultiva soja, milho e trigo em uma área de 6 mil hectares. Com piora a partir de 2022, a crise financeira foi atribuída à sequência de estiagens, à enchente de 2024, à queda nos preços das commodities e à elevação dos juros. Pela petição, aumentou muito a dependência de empréstimos bancários, tanto que os maiores credores são Banco do Brasil, banco CNH e Santander.
A empresa rural tem três sócios: Cleusa Martins de Oliveira (mãe), Marlon Martins de Oliveira (filho) e Schaiane Martins de Oliveira (filha). Oito pessoas são empregadas pela fazenda.
A defesa solicitou a proteção imediata para 28 máquinas agrícolas (como colheitadeiras e tratores) com alienação fiduciária (quando há transferência temporária do bem a credores) com bancos como CNH, John Deere e Bradesco. O argumento é de que, sem esses equipamentos, o plantio de inverno e a colheita não poderão ser realizados.
A coluna tentou contato com o escritório de advocacia da fazenda, mas não obteve retorno.
Após o pedido, a Justiça precisa decidir se aceita ou não que a empresa entre em recuperação judicial. Depois, começa a correr o prazo para apresentação do plano de reestruturação, para que seja votado pelos credores. O mecanismo passou a ser usado por produtores rurais recentemente.
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: R$ 1 bi na Refap, tecnologia do RS em aviões militares e calcanhar de Aquiles da CMPC
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)