
Com foco em comercialização em larga escala, o setor atacadista distribuidor movimentou R$ 443,4 bilhões em 2024 no país, crescendo o dobro da inflação sobre o ano anterior, segundo o diagnóstico anual da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad). Ou seja, segue forte, embora varejo e indústria tenham encurtado caminhos entre si. O atacado ainda é responsável por metade do abastecimento nacional, especialmente para fazer chegar a cidades pequenas e médias produtos que estão em grandes centros urbanos.
Diretor de varejo da NielsenIQ, Domenico Filho pondera que o setor sente as dificuldades econômicas dos brasileiros, como taxa de juros, inadimplência, renda e inflação. O desemprego está baixo, mas o endividamento das famílias está alto. Nestas situações, o consumidor adota hábitos para chegar com dinheiro até o final do mês. Segundo o instituto de pesquisa, a cada 10 brasileiros, sete conhecem bem os preços dos produtos e quatro estão dispostos a mudar de loja.
Uma curiosidade: aumentou a compra de reposição no atacarejo. Estas lojas estão sendo visitadas 20 vezes ao ano, contra 21 dos supermercados. E mais um ponto interessante: farmácias estão assumindo papel de loja de conveniência.
Ranking
Nacionalmente, o Ranking ABAD NielsenIQ é liderado, de longe, pelo Atacadão (SP), do grupo Carrefour, com faturamento de R$ 86 bilhões em 2024. O segundo colocado, Grupo Martins (MG), não vendeu 10% disso. Na lista com mais de 700 empresas do país, o Rio Grande do Sul tem 28. A primeira é a UnidaSul (70ª no país), gigante com sede em Esteio visitada recentemente pela coluna. A empresa prevê investir R$ 410 milhões na expansão de lojas, abastecidas pela sua distribuidora.
Veja as 10 maiores do Estado:
1. UnidaSul
- R$ 613.325.170,00
- -9,8% sobre 2023
- Higiene pessoal, alimentos e outros
2. Diferpan
- R$ 429.393.051,36
- +10,8%
- Material de construção
3. Dinâmica
- R$ 295.668.631,78
- +95,9%
- Alimentos congelados e resfriados
4. Botucaraí Alimentos
- R$ 289.533.274,90
- +20,4%
- Alimentos congelados e resfriados
5. Perte Alimentos
- R$ 280.593.349,57
- +26,6%
- Alimentos congelados e resfriados
6. Cargnelutti & Cia
- R$ 237.530.626,77
- +3,6%
- Bebidas alcoólicas
7. Panvel Farmácias
- R$ 208.940.463,69
- -49,3%
- Medicamentos e higiene pessoal
8. Podal Distribuidora
- R$ 201.740.210,32
- +10,7%
- Doces
9. Central de Distribuição Ofertão
- R$ 195.041.309,56
- +7,3%
- Doces
10. Dalla Sul
- R$ 190.843.684,26
- +10,1%
- Doces
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: R$ 1 bi na Refap, tecnologia do RS em aviões militares e calcanhar de Aquiles da CMPC
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