
Além da parada de manutenção de R$ 557 milhões que começou nesta semana, a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, receberá outros investimentos da Petrobras. Ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o gerente-geral Marcus Aurelius Valenti citou uma cifra bilionária. A refinaria abastece praticamente todo o mercado do Rio Grande do Sul além de parte de outros Estados. Ocupa 580 hectares e responde por 10% da arrecadação gaúcha de ICMS.
É uma cifra alta para manutenção, por quê?
Por legislação, essas unidades industriais precisam ter paradas periódicas para inspeção e manutenções preventivas ou corretivas. Por questões de linha de produção, não paramos uma unidade só, serão quatro, de maneira escalonada. É praticamente um terço da refinaria. Para a manutenção propriamente dita, serão R$ 467 milhões. Outros R$ 90 milhões são para a instalação de cerca de 20 projetos para aumento de confiabilidade, segurança operacional e rentabilidade, além de alguns para otimizar energia e reduzir a pegada de carbono.
Como a Refap entra na transição energética falada pela Petrobras? Algum combustível renovável?
Temos vários projetos. O maior é a motorização de uma grande turbina condensante que possuímos aqui. É um soprador de ar de uma unidade produtora de GLP (gás liquefeito de petróleo) e gasolina, que consome vapor gerado a partir de combustível fóssil. O projeto prevê mudar para um motor elétrico interligado. Com isso, pretendemos deixar de emitir 200 mil toneladas de CO2 por ano, com previsão de partida até 2030. Os demais também são basicamente de eletrificação.
Mas puxando do sistema elétrico nacional ou gerando energia?
Temos que comprar do sistema, que é energia basicamente limpa, hidrelétrica, solar e eólica. Uma pequena parte vem de térmicas movidas a gás ou a carvão.
A manutenção agora precisará de 2,9 mil trabalhadores. Já contrataram?
Temos mais de 20 empresas trabalhando aqui na parada. É um grande objetivo da Petrobras aproveitar a mão de obra local, gerando emprego e renda nas regiões de atuação. Nossa expectativa é de que 80% destas pessoas sejam daqui. Os outros 20% serão gestores, supervisores e fiscais que vêm das empresas de outros locais do país.
Quais os demais planos da Petrobras para a Refap?
Está previsto investimento de R$ 1 bilhão até 2030 nestes projetos que falei de transição energética. O maior é a motorização dessa grande turbina. Fora isso, temos um projeto de uma nova unidade para hidrotratamento de diesel. Hoje produzimos S10 e S500, que tem previsão de extinção até 2029. Então, temos que nos preparar para produzir somente S10, que polui menos ao emitir menos gás de enxofre. Vamos tentar, no máximo até o início de 2027, colocar os contratos na rua para a compra de equipamentos e o serviço de construção. É uma unidade importante para não reduzir o uso da refinaria e contribuir com um combustível melhor para a população.

Ouça a entrevista completa:
*Colaborou Kyane Sutelo (kyane.sutelo@rdgaucha.com.br)
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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