
A parada para manutenção da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) em Canoas exigirá investimento de R$ 557 milhões por parte da Petrobras. O serviço começará neste domingo (18) e tem previsão de terminar em agosto.
Serão necessários 2,9 mil trabalhadores. A estatal diz ter dado preferência para contratar e treinar mão de obra da região, porém relata também enfrentar o desafio da falta de mão de obra.
Os equipamentos serão abertos e passarão por inspeções internas. No caso de necessidade, são feitos reparos. A ideia é deixar o maquinário pronto para mais seis anos de operação.
"Serão realizadas inspeções normativas, manutenções preventivas e corretivas em quatro importantes unidades de processo da refinaria: destilação atmosférica (U-01), destilação a vácuo (U-02), craqueamento catalítico (U-03) e coque (U-650), em um total de 3.679 equipamentos. As intervenções na destilação têm como um de seus principais ganhos o aumento da eficiência energética, enquanto as da unidade de coque possibilitarão o aumento da carga média da unidade de 2.700 m³/dia para 3.000 m³/dia. Já na unidade de craqueamento serão feitas atualizações tecnológicas, de confiabilidade e de segurança de processo." — detalhou a Petrobras em comunicado.
A empresa garante que a parada da Refap, principal refinaria do Rio Grande do Sul, não afetará o abastecimento do mercado. Estoques prévios já foram feitos para o período no qual a produção ficará reduzida. Além disso, o planejamento contempla trazer combustíveis e outros derivados de petróleo de outras unidades para atender os clientes.
A refinaria
Em uma área de 580 hectares, a Refap tem capacidade de processar 32 mil metros cúbicos de óleo por dia e responde por cerca de 10% da arrecadação de ICMS do Estado. Seus principais produtos são diesel, gasolina, GLP, nafta petroquímica, óleo combustível, querosene de aviação, asfalto, coque, enxofre e propeno. A refinaria atende quase todo o mercado do Rio Grande do Sul, parte de Santa Catarina e Paraná, além de outros Estados por cabotagem.
Em 2023, a Petrobras investiu R$ 100 milhões em um novo sistema de tratamento de gases na Refap. O objetivo é manter o parâmetro de emissão atmosférica estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Ainda naquele ano, fez outra parada de manutenção com aporte de R$ 450 milhões.
A Refap estava entre os ativos da Petrobras que seriam vendidos no governo de Jair Bolsonaro. O de Lula, porém, interrompeu a venda.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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