
Qual a importância do "ok" dado pelo Ministério de Minas e Energia ao projeto bilionário para um data center gigante na Região Metropolitana? A coluna conversou com o vice-presidente da Scala, Luciano Fialho, e o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, para entender o impacto e saber quais são os próximos passos.
A escolha por Eldorado do Sul ocorreu por uma subestação de grande capacidade usada para escoar energia que passa por ali. Quando não usada, segue para o resto do país no sistema interligado nacional.
— Fomos ao ministério e a pergunta era: "tem energia, mas o grid suporta?" Então, foram feitos estudos por 10 meses. A mensagem que passa com essa portaria (que reconhece a possibilidade de haver energia para o projeto) é de que o Brasil tem infraestrutura com capacidade para alimentar processamento de dados, o que os Estados Unidos não têm — explica Fialho. — Uma coisa era dizer que o Estado estava nos dando suporte, outra é o governo federal dizer que tem energia disponível.

O secretário de Desenvolvimento enfatiza a força disso para, agora, abordar as "big techs":
— São as empresas de alta tecnologia que têm potencial de se instalar no data center da Scala e nos outros que queremos que se instalem no Estado — acrescenta Polo.
Agora, será feito um levantamento da disponibilidade de fibra ótica na região, o que é menos complexo. A Scala, segundo Fialho, também está terminando o "masterplan" (plano de desenvolvimento do empreendimento), a ser apresentado no segundo semestre. Depois, será solicitada a licença ambiental. A ideia é começar a obra até o início de 2026. A primeira fase do projeto prevê investimento de R$ 3 bilhões.
Impostos
A direção da Scala comemora a garantia recebida do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que será zerada alíquota de importação de servidores. Isso reduz o custo do cliente e deixa mais barato processar dados aqui em relação aos Estados Unidos. O próximo passo é um acordo entre os Estados para zerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos mesmos equipamentos.
Uso de água
Data center é voraz por energia e, em alguns casos, precisa de bastante água para resfriar os equipamentos, o que o vice-presidente Luciano Fialho garante que não será o caso da operação gaúcha:
— Nossa tecnologia faz o resfriamento com 100% de água reutilizada.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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