
Pressionado por críticas e por ter precisado recuar no aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em entrevista "apaga incêndio" nesta sexta-feira (23) que a elevação não pega "CPF", uma forma de falar que não atinge pessoas físicas. Mas atinge sim, direta e indiretamente.
Compras com cartão de crédito e pré-pagos terão IOF reajustado de 3,38% para 3,5%. Na compra de moeda estrangeira em espécie (o que inclui as contas internacionais que vinham como boa alternativa aos cartões), sobe de 1,1% para 3,5%. Também passam a ser tributados em 5% aportes, até então isentos, em plano de previdência VGBL acima de R$ 50 mil por mês.
Indiretamente, tem o impacto do crédito mais caro para empresas, que repassam aos preços dos produtos e serviços. Outra opção é deixar de tomar os empréstimos, que seriam usados para investir, ampliar negócios, aumentar emprego, o que trava negócios já afetados pelo crédito caro com a taxa de juro elevada do país. Houve acréscimo para empresas em geral, do Simples Nacional e cooperativas.
Por fim, aumento de impostos tende a aumentar inflação, o que acende o alerta do Banco Central, que havia sinalizado parar com a alta do juro.
O que não importa
Outro ponto insistido por Haddad é de que, embora sejam elevadas, as alíquotas de IOF ficarão menores do que no governo de Jair Bolsonaro. Salvo em campanha eleitoral, isso não importa. É imposto subindo agora, em um país de carga tributária já alta, que combate inflação e que está com juro elevado.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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