O Natal deve movimentar R$ 3,62 bilhões em vendas no Rio Grande do Sul. Revisada para baixo, já que em setembro a previsão era de R$ 4,55 bilhões, a estimativa foi enviada à coluna pelo economista Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). É o quarto maior valor na pesquisa nacional. Os Estados de São Paulo (R$ 18,01 bilhões), Minas Gerais (R$ 5,19 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 4,93 bilhões) e Rio Grande do Sul concentrarão mais da metade (55%) da movimentação financeira prevista para o país na principal data de vendas do ano.
- Ao contrário do Natal de 2020, quando o varejo estava sujeito a restrições operacionais impostas pela segunda onda da crise sanitária que levaram a quedas na circulação de consumidores, neste ano, o varejo chega às vésperas da sua data comemorativa mais importante constatando a normalização do fluxo de consumidores ao nível pré-pandemia.
Mas o cenário não deixa de ser desafiador. Aliás, o impacto da inflação tem sido maior do que o projetado inicialmente.
- Por outro lado, a deterioração das condições de consumo materializada pela inflação elevada, juros em alta e mercado de trabalho em lenta recuperação impedem a construção de um cenário mais otimista para o varejo às vésperas do Natal de 2021. O ramo de hiper e supermercados deverá ser o destaque em termos de movimentação financeira no Natal deste ano, respondendo por 38,5% do volume total, seguido pelos estabelecimentos especializados na comercialização de itens de vestuário, calçados e acessórios e pelas lojas especializadas na venda de artigos de usos pessoal e doméstico.
No Rio Grande do Sul:
- Hiper e supermercados: R$ 1,362 bilhões
- Vestuário, calçados e acessórios: R$ 1,174 bilhões
- Móveis e eletrodomésticos: R$ 226,5 milhões
- Farmácias, perfumarias e cosméticos: R$ 220,3 milhões
- Outros segmentos: R$ 637,3 milhõs
Se confirmada a projeção, será uma queda nominal de 5,2% sobre o Natal de 2020, segundo recuo consecutivo. Esse cálculo desconta a inflação, que está acima de 10%. Portanto, mesmo que o montante financeiro seja maior, ele perde valor com a alta de preços e de custos.
- O descasamento entre os preços praticados no atacado e no varejo nos últimos meses tem imposto uma realidade desafiadora em praticamente todos os segmentos do setor, em especial no ramo de informática e comunicação, onde o ritmo de reajustes dos preços ao produtor é 14 vezes mais intenso que ao varejista. Seguem-se ainda os descompassos nas remarcações apresentados nos ramos de livrarias e papelarias (6,5 vezes) e de vestuário (3,2 vezes). Na média, o varejo tem repassado ao consumidor metade da alta dos preços no atacado.
Empregos para o Natal
A contratação de trabalhadores temporários, no entanto, dará um salto. A estimativa da CNC é que alcance 6.458 vagas no Rio Grande do Sul, o maior número desde 2013. São 1,5 mil postos de trabalho a mais do que no Natal de 2020, quando as restrições da pandemia preocupavam bastante ainda.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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