
Em tempos em que genocidas são tratados como vítimas e quem se defende é rotulado como agressor, é essencial lembrar que a história não se curva à conveniência política. Israel, desde sua fundação, tem sido alvo de críticas que frequentemente ignoram os contextos históricos e os desafios enfrentados por uma nação cercada por gente que quer lhe exterminar.
É compreensível. Como judeu, o assunto nunca me foi estranho. E ainda assim, percebi que não sabia nem 10% da história da região. Recentemente participei do mastership da StandWithUs Brasil sobre a criação do Estado de Israel e nunca aprendi tanto sobre o Oriente Médio. Imagine quem não tem o judaísmo no seu contexto familiar.
Nos últimos dias, vimos uma crescente pressão internacional sobre Israel, com ameaças de sanções por parte de países que eram aliados históricos do Estado judeu. A acusação de “obsessão” por parte de Israel em relação à sua segurança é, no mínimo, uma distorção da realidade. Afinal, qual nação não se preocuparia com a segurança de seus cidadãos diante de vizinhos que, dia após dia, pregam pelo seu extermínio?
Na quarta-feira (21), em Washington, dois funcionários da embaixada israelense foram assassinados a tiros em frente ao Museu Judaico. Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim participavam de um evento sobre ajuda humanitária em Gaza. O atirador foi preso no local gritando “Palestina livre”.
Um crime de motivação antissemita. Mas é preciso apontar os demais responsáveis. O atirador é só mais um idiota útil, alimentado por uma mistura tóxica de desinformação, preconceito e ódio, espalhada por redes sociais, parte da imprensa e organizações internacionais.
Enquanto governos aceitarem manifestações que gritam por uma nova intifada e bradam que a Palestina será livre “do rio ao mar” — ou seja, sem Israel —, judeus seguirão sendo assassinados mundo afora. Enquanto universidades derem palanque a defensores do Hamas, judeus continuarão perseguidos e mortos.
Na véspera do atentado, a BBC publicou uma manchete falsa: dizia que 14 mil bebês palestinos morreriam de fome em 48 horas sem ajuda humanitária. Uma mentira grotesca, desmentida pela própria ONU, que esclareceu que o número era uma estimativa de desnutrição ao longo de um ano. Isso enquanto Israel permitia a entrada de 100 caminhões com alimentos, fórmulas e medicamentos.
O terrorista puxou o gatilho, mas não estava sozinho. A imprensa que manipula, a ONU que se omite, os diplomatas que tergiversam, as universidades que acobertam, os influencers que posam de justiceiros do sofá: todos têm responsabilidades.
Israel não precisa ser poupado de críticas. Mas precisa, no mínimo, ter o direito de existir e se defender sem ser condenado por um tribunal midiático que romantiza o terror e relativiza o antissemitismo. Porque se inocentes do outro lado do mundo continuam morrendo, então não estamos debatendo política. Estamos revivendo a história. E a história já ensinou onde isso termina.