
Ontem eu chorei. Não por fé, mas por humanidade.
A escolha de um novo Papa mexe até com quem não é católico. Porque em meio a um mundo esgotado de dor e desconfiança, a fumaça branca que subiu na Praça São Pedro parecia dizer que ainda há chance.
Leão XIV, nome escolhido pelo cardeal americano Robert Prevost, carrega em si um símbolo de coragem e compromisso social. É uma homenagem ao Papa Leão XIII, que enfrentou os problemas do seu tempo com justiça e compaixão. Mas também ecoa o espírito reformador de Francisco, aquele que irritava justamente os que esqueceram o que é ser humano.
Leão XIV herda uma Igreja dividida, pressionada, machucada. Mas também recebe uma oportunidade rara, a de fazer da escuta uma forma de liderança.
Se ele unir a fé do passado com a coragem do presente, talvez, só talvez, a Igreja volte a inspirar mais do que culpar. E, quem sabe, nos ajude a crer de novo, nem que seja só por alguns segundos.