Francisco Marshall
Em grego, a palavra evangelho junta o prefixo eu (bom, bem, como em eufemismo, bem dizer) e o substantivo angelía ("mensagem"); forma-se assim a palavra que designa boa nova, como se pretendem os evangelhos bíblicos. Não são História, nem biografia, Filosofia ou Teologia, mas contêm pitadas destas, sem suas metodologias; não são também gênero literário, menos ainda revelação divina, mas historietas populares com qualidade e conteúdo similar a Paulo Coelho: os feitos extraordinários de um mago nômade e alguma sabedoria. Havia, no início do século IV d.C., ao menos 17 evangelhos, ficções em prosa em torno do personagem literário e já folclórico Jesus Cristo, a síntese de mitos e heróis antigos, celebrador do vinho e da amizade, vítima de morte trágica e renascimento misterioso. Entre muita prosódia, há nos evangelhos pouca novidade, mas alguma mensagem, mística e ética.
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