Francisco Marshall
Ao filho Nicômaco, ao pupilo Eutidemo e a todos nós, Aristóteles ensinou que a finalidade do conhecimento é produzir a felicidade (eudaimonia), resultado de escolhas corretas, que permitam o triunfo da ética sobre o erro. Para isso, o filósofo analisou todos os fenômenos que alcançou, inclusive as constituições de cidades; leu 158 destas, para escrever a Política. Aristóteles estava escaldado pelos erros de seu antecessor, e mestre contestado, Platão, que diante da crise da pólis (Atenas) propôs como remédio um regime autocrático, comandado por rei-filósofo. Embora o estagirita (i.e., nativo de Estágira) não tenha abandonado a esfera pública, deu início a um novo ciclo da filosofia grega, que teve seu apogeu com os filósofos éticos: Epicuro e a busca do prazer pelo convívio amistoso (philía), Zenão e a ética estoica (que formou a parte virtuosa do cristianismo), Diógenes e o caminho cínico (viver como um cão, kinos, à margem do Estado). Desde então, o humanismo não cessa de se perguntar sobre os caminhos para a felicidade, em seus dois cenários: individual e coletivo.
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