
A derrota do Grêmio para o Bragantino por 1 a 0 ficou marcada por um erro grave de arbitragem. O pênalti marcado a favor do time paulista foi vergonhoso.
O lance acontece numa finalização do Bragantino, quando o lateral Marlon tenta bloquear o chute. Ele claramente recolhe o braço, traz junto ao corpo, próximo ao peito, numa tentativa evidente de evitar a infração. A bola desvia nesse braço praticamente colado ao corpo, sai pela linha de fundo e o árbitro marca escanteio. Tudo certo até aí.
O problema começa quando o árbitro de vídeo, Gilberto Castro Júnior, interpreta o lance de forma completamente diferente. No diálogo divulgado pela CBF, ele afirma que Marlon faz um movimento antinatural de bloqueio e amplia o espaço corporal. A partir disso, chama o árbitro de campo, Lucas Casagrande, para revisão.
O jovem juiz de 25 anos é convencido pelo relato e pelas imagens mostradas no monitor. Volta ao campo e marca o pênalti.
A divulgação do áudio do VAR ajuda a entender por que a decisão foi tomada. Mas compreender o motivo não significa concordar com ele, e muito menos que a decisão tenha sido correta. O áudio explica o processo, mas não justifica o erro.
Veja a análise do VAR
Na minha leitura, aconteceu exatamente o oposto da interpretação da arbitragem. Marlon não amplia o espaço corporal. Ele reduz. Recolhe o braço, tenta se proteger e evitar o toque. O chute é à queima-roupa, a bola vem forte e rápida. Não havia o que fazer de diferente.
O movimento é natural, reflexo de autoproteção. A decisão é um erro grave, e o mais preocupante é ver o VAR, criado para corrigir erros claros, produzir um erro desse tamanho.
Minha análise sobre o pênalti
Outro erro
E não foi o único equívoco. A expulsão de Kannemann também me parece exagerada. O árbitro entendeu que houve conduta violenta, mas, na prática, o lance era para cartão amarelo. O VAR não interferiu nessa jogada.
Vale lembrar que o próprio Pedro Henrique, jogador do Bragantino atingido no lance, disse no intervalo que puxava o braço do Kannemann e que o argentino acabou acertando, mas sem demonstrar convicção de que a decisão foi correta.
Até quem foi “vítima” da jogada admitiu o exagero.
O principal ponto de debate é que o VAR surgiu para evitar erros claros. No momento em que ele passa a criá-los, deixa de cumprir sua função e se torna parte do problema.


