
Confesso que sigo sem entender por que o VAR não interferiu no lance em que a bola bateu no braço de Reinaldo dentro da área, no empate entre Inter e Mirassol. E não é por falta de tentativa. Estou buscando explicações em protocolos, orientações, diretrizes. Mesmo assim, sigo sem resposta.
O fato é simples: houve um cruzamento, Wesley desvia de cabeça e Reinaldo, com o braço aberto, bloqueia a bola. Para mim, pênalti claro. O árbitro Wagner Magalhães mandou seguir. O VAR, comandado por Rodrigo D’Alonso Ferreira, também não recomendou revisão. E a dúvida se impõe: por quê?
É aí que as perguntas se multiplicam. O árbitro de campo viu o lance e julgou normal, considerando acidental? Ou não viu, e mesmo assim o VAR entendeu que não era lance para revisão?
Estive, na semana passada, numa reunião virtual com a Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O encontro tratou, entre outras coisas, sobre as chamadas “janelas de interferência” do VAR — os momentos em que o árbitro de vídeo deve intervir. São elas:
- Lances claros e óbvios de erro, que obrigam interferência.
- Incidentes não percebidos, mas que não configuram infração.
- Incidentes não percebidos e finos ou duvidosos, em que se recomenda revisão para avaliação do árbitro no monitor.
No caso de Reinaldo, o enquadramento ideal parece ser o da primeira janela: toque com o braço aberto, ampliação corporal e assumindo o risco da infração após cabeceio do atacante.
Então volto ao ponto de partida: não entendo os motivos da falta de interferência. Talvez o áudio do VAR revele algum elemento que passou despercebido.
Até que ele seja divulgado, sigo achando que houve erro no campo e erro grave do VAR, que deixou de cumprir sua função de corrigir um lance capital.