
Vem aí a Lei Geral de Proteção de Dados, uma norma para tentar dar algum amparo ao cidadão que vê suas informações pessoais circularem ao bel prazer de empresas e organizações. Chega com atraso, mas chega.
Na Europa, por exemplo, a proteção de dados pessoais existe faz algum tempo e acabou com práticas que pode ir da inconveniência à prática criminosa. Inconveniência de você passar suas informações para um cadastro e, dias depois, metade dos call centers do país terem o seu perfil. O problema maior é quando essas informações caem nas mãos erradas. E neste caso, tendo o nome, o número de telefone, um larápio com uma história mirabolante faz miséria. Basta ver o que acontece com os aposentados brasileiros. O trabalhador dedicou a vida ao trabalho, encaminha a aposentadoria e, bastou sair da agência do INSS, o telefone começa a tocar.
Na mais recente modalidade de golpe - o cardápio é vasto e cada vez mais aprimorado - alguém que se identifica como operador da bandeira de um determinado cartão de crédito liga e "informa" uma suposta compra com aquele cartão que, obviamente, não foi feita pelo titular da conta. Ao informar que não fez tal compra, a vítima é questionada sobre as informações completas do cartão para que haja o bloqueio evitando novas compras. Só que a confirmação dos dados é a consagração do estelionatário que, do outro lado da linha, passa a ter dados bancários e do cartão da vítima. Isso tudo só é possível porque, em algum momento, esse bandido teve acesso às informações básicas da vítima. É verdade que em tempos de redes sociais muita gente acaba oferecendo, sem querer, muitos dados que podem ser usados por criminosos. Mas a farra dos dados precisa ser contida.