Dentre todos os motivos que colocaram Porto Alegre numa situação privilegiada e à frente de outras capitais brasileiras e cidades com o mesmo perfil está a diligência do porto-alegrense. No dia 16 de março, quando as primeiras medidas de isolamento foram anunciadas, Porto Alegre fez uma transição responsável para o isolamento social. Quando os decretos da prefeitura determinaram que o melhor era ficar em casa para evitar proliferação da doença, os moradores daqui, em sua maioria, compreenderam a gravidade da crise e atenderam à orientação.
Nesse meio tempo, autoridades lançaram-se na maior força-tarefa de saúde da história recente, abrindo mais leitos, contratando equipes, organizando a rede e afinando protocolos de atendimento. A máscara, que antes parecia um adereço estranho para ser usado na rua, foi incorporada ao nosso cotidiano e hoje usamos com naturalidade. Hábitos de higiene, como lavar as mãos com mais frequência e usar álcool em gel fazem parte da rotina da maioria. Tudo isso combinado nos levou a um um quadro que permite a abertura mais ampla da atividade econômica a partir de amanhã.
Porto Alegre está na direção oposta de outras capitais onde a doença pressiona o sistema de saúde e há claros sinais de necessidade de prolongamento da quarentena. A abertura, no entanto, não pode reduzir os cuidados que serão necessários por muito tempo ainda. O pior da pandemia ainda não passou.