Rasga Coração, filme dirigido por nosso Jorge Furtado, realização da também nossa Casa de Cinema de Porto Alegre, é daqueles que não se pode perder. O texto de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianninha, escrito no início dos anos 70, impressionantemente carioca (e brasileiro e contemporâneo) é necessário onde quer que haja gente. Por se tratar de uma peça de teatro (foi, dirigida por José Renato Pécora, com Vera Holtz e Raul Cortez), a ênfase recaiu no trabalho dos três protagonistas, com planos médios e fechados, fato que expõe de imediato o drama (e que deixaria desguarnecidos atores menos talentosos). Marco Ricca, Drica Moraes e Chay Suede (sensacional revelação) compõem uma unidade perfeita, à qual se junta Luísa Arraes e, nos flashbacks, George Sauma (lindo contraponto). A trilha sonora, que sempre é primorosa nos filmes do Jorge, mais uma vez é um caso muito sério – a música da vez, Movimento dos Barcos, do Jards Macalé e Capinam, é um motivo de encher os olhos d’água. Dá gosto.
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