
A globalização do futebol insiste em aplicar no país uma necessidade de se copiar o que é feito no velho continente. E a noite desta quinta-feira (19) precisa entrar na nossa discussão.
A vitória do Botafogo sobre o bilionário e multinacional PSG mostrou que existem grandes jogadores no velho e castigado futebol brasileiro. A corajosa atuação do time carioca precisa fazer parte das nossas análises e alguns atletas foram um emblema e uma aula para quem ainda acredita no país do futebol.
Marlon Freitas, no alto dos seus 30 anos, que jogava no Atlético Goianense e já teve passagem pelo Botafogo de Ribeirão Preto e Criciúma, desfilou qualidade contra um meio campo de portugueses e franceses enfeitados e pouco convincentes.
Dois ex-jogadores do Grêmio, Alex Telles e Cuiabano, também estiveram em campo. Todos brasileiros, como Jesus, Jair, Allan, Arthur... o nosso futebol venceu. E isso, curiosamente, precisa ser entendido. Só não está festejando a magnífica vitória do Fogão quem está abraçado a própria tese e acredita, de fato, que somos vira latas.
Precisamos voltar a acreditar em jogadores formados no Brasil, em talentos que se perdem nos milhares de problemas estruturais e econômicos que assolam o nosso país. A vitória de Marlon Freitas deveria ser de todos os jogadores que rodam um país continental em busca de trabalho e oportunidade.
O futebol brasileiro é rico em talentos e a vitória do Botafogo contra o PSG precisa servir de marco para a reconstrução da nossa auto estima. Um Brasil de jogadores talentosos precisa acreditar que pode fazer diferente. Copiar um jogo como se inferiores fossemos não vai nos trazer resultados positivos. O nosso caminho é a nossa formação, e o veterano e cigano Marlon Freitas nos mostrou isso nesta noite.