Celso Loureiro Chaves
É coisa muito recente cantores de ópera não pintarem a cara de preto para cantar o Otello de Verdi. Até 2015, se usava a maquiagem blackface como coisa normal, e há inúmeros registros de cantores a atuar com a cara escurecida, desde o Francesco Tamagno da estreia, lá em 1887. Depois, década após década e cantor após cantor, o blackface se consolidou, sem um pensamento sequer sobre o ofensivo deste recurso, como a dizer que negros não poderiam estar num palco cantando um dos principais papéis da ópera verdiana. Até que alguém se deu conta que era chegada a hora de derrubar essa barreira racista da ópera e da cena.
GZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre:
- música de concerto
- racismo