Enquanto a bola rola, a memória dos cantores de estádio não nos larga. Então tudo teve início lá em 1990, com Domingo, Pavarotti e Carreras soltando a voz na Copa da Itália. A partir dali, concertos de ópera em estádio se transformaram em shows extravagantes e rentáveis. Nem o RS ficou fora desse fenômeno, e dos três tenores só Domingo não apareceu aqui. É verdade que Domingo já veio ao Brasil muitas vezes. A última para cantar na Floresta Amazônica num show de mau gosto exagerado. O tropeço foi seguir aquela ideia de cantar “o que o público quer”. Seguindo essa trilha, erra-se sempre: o público é sempre uma alucinação e, na verdade, nunca é possível saber o que ele quer. A armadilha é atolar-se naquilo que um dia o público quis, cantando e recantando coisas que vão ficando cada vez mais esfarrapadas.
- Mais sobre:
- celso loureiro chaves