
Assustada com o comportamento de uma amiga, leitora relata que vem sendo imitada em todos os aspectos da vida: roupas, hobbies, amizades e até no trabalho. Sentindo-se perseguida por esse mimetismo constante, a seguidora buscou a orientação do Carpinejar para entender como lidar com essa relação sufocante e, ao mesmo tempo, oferecer apoio a quem parece ter perdido a própria identidade.
Confira no vídeo abaixo a opinião do colunista sobre o caso, no episódio desta semana do Desafio Sentimental, com Carpinejar:
"No desafio sentimental GZH, a leitora diz que está assustada com a amiga. A amiga frequenta as mesmas lojas, compra as mesmas roupas, faz os mesmos hobbies, frequenta o mesmo ciclo de amigos e agora inventou de trabalhar no mesmo lugar. Numa imitação infinita, num mimetismo patológico.
Sim, é para assustar. Mas podemos também ver o outro lado. Talvez você seja tudo o que a amiga tem. Você é como se fosse o modelo inspirador da amiga, de sucesso, de prosperidade, de sociabilidade, de afetividade, e ela tem você como exemplo. Você pode se sentir perseguida, como vem acontecendo, ou se aproximar e, com um jeitinho, sugerir que ela se conheça, que ela tenha as suas opiniões, que ela tenha os seus gostos, elogiando a diferença, elogiando tudo que não é você nela.
É ter essa paciência de ajudar alguém na dificuldade. Porque se a pessoa está querendo ser você, é que ela não gosta nem um pouquinho do que ela é. Ela precisa se aceitar, se assumir, se descobrir, se inventar. Nós sempre temos medo da alma gêmea, da cópia, do clone, do duplo. Existe no imaginário medieval a questão do duplo. Se você encontra o seu duplo, significa que você vai morrer e ela está tentando conquistar a sua atenção.
Se você oferecer atenção para ela, pouco a pouco ela vai se desligando de todos esses disfarces de ser você, de toda essa aparência, de toda essa invasão. É uma invasão de privacidade. Você pode ter esse senso de presença, de entender que é uma pessoa carente. E essa pessoa carente precisa de conselhos, de orientação, de cuidado.
Ela não sabe o que fazer da sua vida. Por isso que imita a sua vida. Quem sabe isso não venha acontecendo por um propósito. Tenho certeza de que quando ela encontrar a sua autonomia, será grata a você para sempre".
Quer compartilhar seu dilema amoroso? Escreva para o escritor. Sua mensagem pode aparecer na coluna nos próximos dias.