Carlos Gerbase
É uma questão clássica sobre um paradoxo: a liberdade de expressão deve ser tolerada mesmo quando pede o fim da liberdade de expressão? Sem formação em Direito, muito menos em Filosofia, responderei de modo bem simples – há argumentos que preencheriam esta edição inteira – a partir de fatos concretos que vivi nos tempos do arbítrio e da censura. Minha resposta é simples: não. Nunca. Não pode haver liberdade para quem clama o fim da liberdade. Eu estive, várias vezes, numa delegacia da Avenida Presidente Roosevelt mostrando filmes super-8 para um censor, que os assistia com evidente mau humor. Numa dessas constrangedoras sessões, exigiu um corte de um minuto, porque “o membro do personagem aparecia.”
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