
É preciso dizer de antemão que a segurança dos policiais, que se arriscam todos os dias, deve ser prioridade. Mas também é preciso se colocar no lugar da mãe que chama a Brigada para conter o filho em surto e acaba com o corpo dele nos braços.
Não foi a primeira vez que Herick Vargas, 29 anos, tinha sido contido por PMs. Dessa vez, depois de tentar na conversa, os brigadianos utilizaram a arma de choque. Ainda assim, Herick entrou em luta com o brigadiano. Sabe-se que alguém em surto fica fora de si, praticamente incontrolável, mas, se tem alguém que pode contornar, devem ser os policiais. Eles precisam ser treinados para conter pessoas nessa situação sem ser com tiros fatais. Seja evacuando a casa, isolando a pessoa, insistindo na contenção, mas sempre evitando o uso de arma de fogo.
Vimos desfechos de morte em Guaíba recentemente com Carlos Eduardo Nunes, 43 anos, que estava em surto na rua e foi imobilizado pelos policiais. Ficou em estado vegetativo e morreu no começo de setembro. A investigação concluiu que não houve falhas na conduta dos policiais.
Agora, o caso Herick. O que tem de diferente é que neste último, há imagens das câmeras corporais dos policiais, que podem ajudar a esclarecer o que houve. É preciso entender se havia formas diferentes de agir e como evitar.



