
O tênis viveu duas décadas douradas com o Big 4. Roger Federer, Rafael Nadal, Novak Djokovic e Andy Murray dominaram o circuito e transformaram o esporte, aumentando índices de popularidade, com uma rivalidade que jamais avançou os limites das quadras.
Para se ter ideia do tamanho que esse quarteto fantástico atingiu, somados eles venceram 341 torneios e chegaram em outras 160 finais. Em Grand Slam, denominação dada aos quatro principais campeonatos (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open), eles levaram 69 títulos e ficaram com 40 vices.
O tempo, implacável, passou e aos poucos eles foram se aposentando. Federer foi o primeiro em 2022, depois vieram Murray e Nadal em 2024, e agora Djokovic já colocou em dúvida se disputará Roland Garros em 2026, por exemplo.
Com a saída de cena destas grandes lendas, surgiram questões óbvias: os jogadores de hoje teriam capacidade para sucedê-los? O interesse pelo esporte seria mantido?
Candidatos naturais, o espanhol Carlos Alcaraz, 22 anos, e o italiano Jannik Sinner, 23, já somam oito troféus de Grand Slam. Porém, apesar de suas vitórias e domínio no ranking, a dupla ainda era questionada.
A afirmação do colunista está no pretérito imperfeito do indicativo porque a decisão da edição 2025 de Roland Garros elimina qualquer dúvida ou questionamento.
O jogo apresentado por Alcaraz e Sinner foi digno das maiores decisões da história do esporte, incluindo outras modalidades. Uma batalha com contornos de dramaticidade, com lances mágicos de ambos os tenistas, que levaram os 15 mil espectadores que lotaram a quadra Philippe-Chatrier ao delírio, assim como milhões espalhados pelo mundo.
E não é apenas tecnicamente que a final do Aberto da França deve ser avaliada. Ela vai além. A entrega de espetáculo a quem se dispôs a ficar por 5h30min observando cada um 385 pontos disputados (193 de Sinner e 192 de Alcaraz), certamente será lembrada para sempre.
Neste 8 de junho de 2025, Carlos Alcaraz e Jannik Sinner mostraram que o tênis vive uma nova era.