
O que João Fonseca vem causando no mundo do tênis ainda não tem dimensão.
Apontado como fenômeno, o carioca de 18 anos tem arrastado multidões para ver suas partidas, e isso tem chamado atenção desde o primeiro Grand Slam do ano, na Austrália.
Seus jogos na chave principal, inclusive, foram colocados em quadras que comportassem o entusiasmo dos torcedores, especialmente brasileiros.
Nos Masters de Indian Wells e Miami, ele também atuou nas principais quadras. Em Roland Garros, suas duas primeiras partidas foram programadas para quadras secundárias, as de números 7 e 14, que não comportaram a procura.
Cobertura especial
O próprio site oficial do torneio colocou um repórter para acompanhar a estreia, contra o polonês Hubert Hurkcaz, e o relato de Chris Oddo impressiona quem lê o texto.
Ele ficou impactado ao ver filas no entorno da quadra 7, que só abriga 1.351 pessoas, e observar pessoas nas varandas da imponente Philippe-Chatrier, a principal do complexo de Roland Garros, e com capacidade para pouco mais de 15 mil torcedores.
Novo Beatle?

Se no Brasil o fenômeno João Fonseca começou a ser chamado de "Fonsequismo", Oddo ousou e comparou a chegada do brasileiro a Roland Garros ao que aconteceu quando os Beatles foram a Nova Iorque pela primeira vez, em fevereiro de 1964.
No texto Oddo descreve que "todos os ingredientes (da Beatlemania) estavam lá. Fãs histéricos. Delírio inesgotável. Fervor religioso".
O jornalista especializado em tênis e que escreve para diversos veículos ainda traz uma outra questão: "Talvez Fonseca seja o novo John Lennon do tênis?"
Enquanto assistia ao delírio do torcedor brasileiro com seu mais novo ídolo esportivo, Chris Oddo afirmou que "os fãs parecem se aglomerar em torno desse garoto magnético, oito dias por semana... e fazem de tudo para vê-lo".
Comparações com Guga

Até mesmo as comparações com Gustavo Kuerten, tricampeão no saibro parisiense, são lembradas no texto.
Oddo diz que "comparar Fonseca à lenda brasileira Gustavo Kuerten, tricampeão em Paris e um dos personagens mais imortais da história de Roland-Garros, é um pouco prematuro".
Mas o próprio jornalista deixa uma porta aberta ao afirmar que "dizer que assistir Fonseca iluminar uma quadra de tênis não inspira esse tipo de esperança seria falso".
Rio Open
Este ano, quando esteve no Rio de Janeiro, sua cidade natal, o atual número 65 do mundo sentiu esse furor do público, que lotou as dependências do Jockey Club Brasileiro para vê-lo.
Nem mesmo a derrota precoce na estreia do Rio Open diminuiu a euforia dos fãs, que o saudavam a cada aparição na quadra Guga Kuerten.
Beatle ou não, João Fonseca parece ser a bola da vez em um dos esportes mais competitivos do mundo e que busca sucessores para o reinado de duas décadas de Roger Federer, Rafael Nadal e Andy Murray, que já se aposentaram, e de Novak Djokovic, que ainda desfila seus golpes pelas quadras mundo afora.