
Bianca Bin estará de volta à telinha para uma participação especial em Êta Mundo Melhor. A atriz interpretará Maria na nova novela das seis, que estreia em 30 de junho na Globo. Na verdade, vai dar sequência ao papel, assim como boa parte do elenco, porque a trama assinada por Walcyr Carrasco é uma continuação de Êta Mundo Bom (2016).
Em bate-papo online com a coluna, Bianca explica como as participações mais curtas em novelas — Maria fará parte apenas dos primeiros capítulos da trama — impactam sua carreira, analisa o arco da história de sua personagem e exalta a parceria com o marido, Sergio Guizé, que interpreta o protagonista Candinho em Êta Mundo Melhor.
Você fez uma participação marcante em Terra e Paixão (2024) e vem aí mais uma. Agora, novamente como a Maria de Êta Mundo Melhor. As participações curtas te propiciam diversificar os trabalhos?
É uma questão de escolha, né, de direcionamento e de carreira. Agora, eu estou bem comprometida com o teatro e tem um projeto, inclusive, que já estou ensaiando para estrear em agosto (o espetáculo Jardim de Inverno), em São Paulo. Eu vim de uma fase de dez anos consecutivos em novela e, aí, justamente por uma escolha de direcionamento de carreira, eu quis diversificar para o cinema e para o teatro. Para isso, eu precisava de autonomia de agenda, então encerrei o vínculo com a TV Globo. Mas encerrar vínculo não é encerrar parceria, eu amo quando me convidam, me chamam para participar, porque faço com prazer. Para mim, é leve para fazer, é diferente de ficar dez meses comprometida com um projeto, não que isso seja um problema, é só uma questão de ajustar. Dessa vez, não rolou de ficar a novela toda, vai ser só uma participação, mas, em breve, numa próxima oportunidade, eu não descarto ficar uma trama inteira, um projeto inteiro. Estou com bastante saudade.
Seus fãs também estão saudosos, né?
As pessoas ficam um pouco irritadas, dizem: "Você vai sair logo, tem que ficar até o final". Estão sofrendo e me dando bronca (risos). Mas, para mim, trabalho chama trabalho, as possibilidades sempre são infinitas e, com certeza, em breve, terão outras personagens que ficarão até o final, para matar a saudade de todos.

Sobre a Maria, papel que já foi seu em Êta Muito Bom e está de volta em Êta Mundo Melhor: ela sofre um acidente trágico e morre no início da trama. Mas qual é a principal transformação que a personagem gera na novela?
É uma participação pequena, só nos primeiros capítulos, justamente, porque ela sofre um acidente trágico e morre. Eu vejo a transformação interna, um arco muito bonito, de uma mulher que passa por uma transição muito importante na vida de qualquer mulher: se tornar mãe. É muito resiliente, resistente, à frente do seu tempo. Mas, nesta versão de Êta Mundo Melhor, eu sinto que Maria volta um pouco sobrecarregada dessa vida do cuidado. Fica a serviço do outro, cuidando dos filhos, da casa, do marido. Maria traz a história de muita gente que silencia para cuidar dos outros e esquece de si.
Nos primeiros capítulos, Maria ressurge com dois filhos, após alguns anos casada com Celso (Rainer Cadete). Ela realiza o sonho de ser feliz com a família?
Ela está em crise no casamento, super insegura, porque o ajudou a se regenerar ou, pelo menos, a aflorar o lado bom, mas nem tudo são flores, né? Será que ele se transformou mesmo? Será que as pessoas se regeneram? Não sei. Eu acho que essa novela traz isso também, porque o humano é isso: ninguém é bom ou mau o tempo todo, depende do que você alimenta.
Na vida real, você é casada com Sergio Guizé, que protagoniza Êta Mundo Melhor. E vida de protagonista é uma correria só, né? Enquanto casal, como se preparam para viver esse período intenso de gravações?
A gente tem essa vida itinerante, nossos bichos, não temos filhos ainda, mas os nossos pets já estão acostumados, eles vêm com a gente no carro (o casal vive em uma chácara em Indaiatuba, no interior de São Paulo). Dei a grande sorte de estarmos juntos no Rio de Janeiro agora (onde estão ocorrendo as gravações da novela). Eu devo isso ao universo, que é muito abundante e cheio de infinitas possibilidades: porque estaria num processo de ensaio em São Paulo, mas como o diretor do teatro é daqui do Rio, mora aqui, e o ator que faz comigo o espetáculo também mora aqui, a gente está conseguindo ensaiar no Rio. Então vou ficar mais perto dele (Sergio), nessa fase de uma maratona. E estar perto da família é muito importante nessas horas, porque, realmente, a gente se reabastece. A gente se muda, tem dias em que eu estou mais fraca, ele me fortalece; em outros, ele está precisando da minha força, e eu fortaleço, é uma troca contínua. Só é bom quando existe essa via de mão dupla. Com o Sérgio, tem muita troca, em cena e fora de cena. Eu sou suspeita para falar (risos), está dando tão certo! Já tem quase oito anos que a gente está junto e foi o trabalho que nos aproximou: trabalhar com ele é sempre uma delícia, eu sou, além de parceira de trabalho, uma grande admiradora do trabalho dele, desde antes de ser a gente, eu já olhava com muita admiração. Ele me ensina muito.
Sergio tem um pouco de Candinho?
Ele é uma pessoa muito sensível, tem muito de Candinho, tem essa pureza. Aliás, Candinho é feito em homenagem à avó dele, que era do interior do Paraná, uma mulher muito simples, muito humilde. Com certeza, significa muito para ele e para todos nós, porque é de uma bondade que faz a gente acreditar de novo no ser humano, né?