
Tudo o que se refere a Virgínia Fonseca é superlativo: transformou sua vida familiar — ao lado do marido, o cantor Zé Felipe, e dos três filhos, Maria Alice, Maria Flor e José Leonardo — em reality show (faz, em média, 80 postagens por dia em suas redes sociais), tem mais de 52 milhões de seguidores só em seu perfil no Instagram e fatura alguns milhões de reais por dia com a marca de cosméticos We Pink e publicidade.
Aos 26 anos, não há como negar que a guria é mais um fenômeno de popularidade; logo, tudo o que envolve seu nome assume proporções igualmente grandiosas, para o bem e para o mal.
Postura cínica na CPI
Nas últimas semanas, Virgínia tem se tornado alvo de críticas contundentes em diferente frentes. Testemunha na Comissão Parlamentar de Inquérito das Bets, no Senado, foi atacada por boa parte dos seguidores por divulgar apostas online, lucrar com isso e afirmar não fazer ideia de que pessoas enfrentam problemas por causa do vício em jogos de azar. Após o depoimento, perdeu quase meio milhão de seguidores no Instagram. Ou seja, a estratégia traçada — de postura juvenil e cínica diante dos senadores — não pegou tão bem assim.
Coroação na Grande Rio
Como se a polêmica na CPI não bastasse, na sequência, a moça foi anunciada como rainha de bateria da escola de samba Grande Rio, substituindo Paolla Oliveira na função. Pronto: prato cheio para mais uma onda de críticas, afinal, ela ainda não tem identificação com o Carnaval do Rio de Janeiro e um total de zero conexão com a comunidade da agremiação. Samba no pé? Passa longe dela. Personalidades ligadas ao Carnaval, como as atrizes Carol Castro e Louise França (filha do músico Chico Science, morto em um acidente de carro em 1997) se manifestaram nas redes sociais contra a coroação de Virgínia. Sobrou até para o mestre o mestre de bateria da Grande Rio, Fabrício Machado de Lima, o Fafá, que sofreu ataques na internet e decidiu se afastar das redes.
Rainha da "BETeria"
Para fechar, no domingo (25), o quadro Isso a Globo Não Mostra, do Fantástico, decidiu unir e ironizar os dois últimos fatos polêmicos da vida de Virgínia em uma única paródia.
“Tem aposta nova na folia, é a rainha da BETeria, que transformou em Carnaval a CPI. Pode apostar que é por amor que ela está aí. Bet, bet, bet, bet forte o tamborim. Nunca vi uma rainha que amasse samba assim. Bet, bet, bet, bet forte o tamborim. Põe tigrinho na avenida pra rolar mais um din din", diz a letra da música exibida no dominical da Globo.
Obviamente, a influenciadora, que está em viagem pela Europa, não se manifestou sobre o deboche escrachado da emissora. Mas, com o perdão do trocadinho, eu aposto que Virgínia ainda vai tornar toda essa enxurrada de críticas em publicidade para seus produtos e marcas.
A suposta falta de traquejo, tanto ao se portar diante dos senadores na CPI quanto dos ritmistas da bateria da Grande Rio, não combina com a mulher de negócios que Virgínia se transformou nos últimos anos; a imagem de jovem ingênua e até atrapalhada precisa, aos poucos, dar espaço para a bem-sucedida empresária que se tornou, porque essa, sim, é real. Imagens reais, orgânicas, funcionam muito bem com o público de redes sociais também. Como diria o ditado eternizado por Solange Duprat, na primeira versão de Vale Tudo: você pode enganar a todos por algum tempo, pode enganar alguns por todo o tempo, mas não pode enganar a todos todo o tempo.




