
Uma nota técnica elaborada pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) formalizou as medidas para contenção do foco de gripe aviária (H5N1) no Zoológico de Sapucaia do Sul. O documento, assinado pela secretária Marjorie Kauffman e por especialistas da pasta, contém uma lista de 12 providências que visam evitar que mais animais se contaminem.
Segundo a Sema, o documento oficializa ações já vinham sendo adotadas desde a última sexta-feira (16), quando foram confirmados os primeiros casos da doença no zoológico. O local está fechado desde o dia 14 de forma preventiva.
O documento também ressalta que, até o momento, nenhuma outra espécie de animal do zoo apresentou suspeita. Até a última atualização, feita na terça-feira (20), a doença já deixou 107 animais mortos no foco, entre espécies de patos, cisnes e marrecos.
Confira a lista completa de medidas
- Definição dos funcionários responsáveis pelo monitoramento, alimentação e manejo das aves existentes nos lagos;
- Uso obrigatório e completo de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) pelos profissionais diretamente envolvidos com os animais suspeitos ou carcaças, com capacitação específica para seu uso adequado;
- Redução do número de trabalhadores não essenciais e afastamento de funcionários com comorbidades;
- Controle de acesso de pessoas e veículos;
- Restrição de movimentações dentro do Parque;
- Desinfecção de veículos;
- Disponibilização de pedilúvios contendo desinfetante;
- Confecção e divulgação de materiais orientativos sobre cuidados para evitar a contaminação das pessoas pelo vírus;
- Descarte das carcaças dos animais mortos em valas dentro do perímetro do Parque sob a orientação da Emergência Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi);
- Elaboração de um Plano de Contingência para o enfrentamento do foco no zoológico direcionado para os animais do plantel;
- Elaboração de um Plano de Ação voltado para a saúde dos trabalhadores;
- Acompanhamento da saúde de todos os envolvidos no Parque Zoológico em conjunto com a equipe da SES;
- Revisão periódica das medidas de contenção, de acordo com a evolução do foco.
Cuidado com animais silvestres
Nesta semana, representantes de órgãos ambientais se reuniram e elaboraram um relatório que será enviado para a Casa Civil do RS com recomendações de como lidar com casos suspeitos de gripe aviária em animais silvestres. O trabalho foi realizado por entidades como o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A ideia é garantir que haja um protocolo também para evitar o contágio de espécies fora de áreas consideradas de ambiente controlado. Em anos anteriores, o Rio Grande do Sul registrou focos em aves de áreas da Reserva Ecológica do Taim e em mamíferos marinhos da praia do Cassino, ambas regiões do sul do Estado.
Vírus idêntico
Uma análise genética do Laboratório Nacional de Defesa Agropecuária identificou 99% de similaridade entre os vírus da gripe aviária nas amostras coletadas na granja de Montenegro e no zoológico de Sapucaia do Sul, dois focos da doença confirmados no RS, segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Marcelo Mota.
E uma segunda análise genética confirmou que a cepa do vírus da gripe aviária em Montenegro, no Vale do Caí, é a mesma que circulou na Estação Ecológica do Taim, em Santa Vitória do Palmar, no sul do Rio Grande do Sul, há dois anos.