Foi concluída nesta terça-feira (20) a vistoria nas 540 propriedades rurais situadas em um raio de 10 quilômetros da granja de Montenegro, no Vale do Caí, foco de influenza aviária. A informação foi confirmada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
As visitas tiveram início no sábado (17), um dia depois de o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmar a detecção do primeiro caso da doença encontrado em granjas comerciais do Brasil. O objetivo era entender se havia outros focos da doença no município além do detectado.
Dezenove propriedades que possuem aves situadas no raio de três quilômetros da granja foco também já foram revisitadas por servidores do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi.
Durante esse trabalho, amostras de duas aves de subsistência foram recolhidas e enviadas para exame de detecção de influenza aviária. Um dos casos deu negativo, conforme informado pelo Mapa na segunda-feira (19). O resultado da amostra da outra ave, que foi encaminhada para o Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP), ainda é aguardado.
Como funcionam as visitas
Dentre as 540 propriedades visitadas, 30 delas estão dentro da área mais próxima afetada, em um raio de três quilômetros. No raio dos 10 quilômetros, há somente mais um aviário comercial. Ainda assim, todas as propriedades foram vistoriadas, já que podem ter criação de aves para consumo próprio.
Cada equipe em visita às propriedades é composta por dois fiscais médicos veterinários. Quando chegam na propriedade, eles conversam com os proprietários e, caso haja identificação de alguma mortalidade ou sintoma, com doença respiratória ou nervosa das aves, eles não entram na propriedade e marcam o local para seja realizada uma coleta.
Leite se reúne com ministro em Brasília
O governador Eduardo Leite participou de uma reunião com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, nesta terça-feira (20), para tratar, entre outros temas, da gripe aviária.
Durante a reunião, Fávaro ressaltou que deve começar na quinta-feira (22) o ciclo de 28 dias que pode tornar o Brasil um país livre da gripe aviária. Esse período de quase um mês faz parte de protocolos internacionais para contenção do vírus. O chamado "marco zero" deve ocorrer após a conclusão da desinfecção da granja comercial de Montenegro apontada como foco da doença.
— A gente precisa garantir que os 28 dias de observação ocorram sem novos focos. Por isso, estamos reforçando as ações para que tudo esteja perfeitamente seguro — disse o ministro.
O governador Eduardo Leite aproveitou a ocasião para ressaltar que está "tranquilo" com o trabalho que vem sendo desempenhando quanto ao tema:
— O trabalho está sendo feito com responsabilidade, e isso mostra o compromisso do sistema de defesa sanitária brasileiro e gaúcho — ressaltou o governador.
A gripe aviária
A influenza aviária, ou gripe aviária, é uma doença viral que afeta principalmente aves, mas também pode infectar mamíferos. A transmissão acontece pelo contato com aves doentes e também por meio da água e de materiais contaminados.
De acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o risco de infecção por influenza aviária em humanos é baixo e pode ocorrer em pessoas com contato próximo e frequente com aves ou mamíferos infectados, vivos ou mortos.
A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos. O Brasil nunca teve um caso de gripe aviária em humanos.
A vacina contra a gripe (influenza) protege contra a gripe aviária?
Não. A vacina contra a gripe sazonal não protege contra a gripe aviária. A vacina da gripe é atualizada todos os anos para proteger contra os principais vírus da gripe que circulam entre humanos, como os tipos A (H1N1 e H3N2) e B. Já a gripe aviária é causada por vírus diferentes, como o H5N1, que normalmente afetam aves e raramente infectam pessoas. Esses vírus não estão incluídos na vacina sazonal, pois são geneticamente diferentes e circulam principalmente entre aves.
Quais os principais sintomas nas aves?
Entre os principais sintomas apresentados nas aves estão alta mortalidade, dificuldade respiratória, torcicolo e falta de coordenação, crista e barbela inchadas e roxas, secreção nasal e ocular, espirros, dificuldade de locomoção e diarreia.
O que fazer se encontrar aves doentes ou mortas?
- Não se aproxime, alimente ou toque em animais silvestres, nem tente socorrê-las
- Não deixe cães, gatos e outros animais domésticos se aproximarem
- Em casos suspeitos, entre em contato com a Secretaria Estadual da Agricultura através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou pelo canal de notificação via WhatsApp (51) 98445-2033.
