
Autoridades realizaram, na tarde desta sexta-feira (16), uma coletiva de imprensa sobre o caso de gripe aviária registrado em Montenegro, no Vale do Caí. A coletiva ocorreu na Câmara de Vereadores da cidade.
Na reunião foram divulgadas as medidas (confira abaixo) para contenção da doença. Entre as definições, ficou decidido que será feito o rastreio das propriedades até 10 quilômetros a partir de onde ocorreu. Todas as áreas rurais que tenham aves vão ser visitadas para a realização de diagnóstico de possíveis casos.
Além disso, sete barreiras serão montadas na cidade a partir deste sábado (17). Uma barreira de desvio de estrada e as demais de desinfecção.
De acordo com Francisco Nunes Lopes, diretor adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), serão 540 propriedades rurais vistoriadas:
— Se tiver um panorama que nenhuma outra (ave) dê algum sinal clínico, nós já temos um panorama bem favorável, e em 28 dias se encerra a emergência sanitária. A gente faz revistorias, isso está no plano também. A gente revisita as granjas com aves a cada três dias e no raio de sete quilômetros, a cada sete dias.
Participam representantes da Secretaria Estadual da Agricultura e da prefeitura. Na ocasião, eles repassaram as medidas que serão adotadas no município para conter a doença.
Medidas:
- Sete barreiras serão montadas na cidade a partir deste sábado (17), uma barreira de desvio de estrada e as demais de desinfecção
- Rastreio das propriedades até 10 quilômetros a partir de onde ocorreu o caso
- Todas as propriedades rurais que tenham aves vão ser visitadas para diagnóstico de possíveis casos
- Estrutura com caixas d'água bombas de alta pressão e desinfetante para retirar o vírus
- Desinfecção de cargas alvo — caminhões que carregam aves, ração, leite — que acabam passando de propriedade em propriedade
Veja
Colunista de GZH, Gisele Loeblein explica em vídeo o surgimento da doença e projeta possíveis efeitos econômicos ao Estado:
Primeiro caso
O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou nesta sexta-feira (16) a detecção de um caso de influenza aviária em aves comerciais do Estado. Trata-se do primeiro caso encontrado em granjas comerciais do Brasil. Em razão disso, foi decretado estado de emergência zoossanitária por 60 dias.
Segundo a pasta, o caso da doença foi detectado em Montenegro, no Vale do Caí. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que foi encontrado inicialmente a doença em 35 animais da granja.
Segundo o ministério, a granja foi isolada, as aves do plantel eliminadas e todo o sistema comercial da região está sendo monitorado, afirmou, bem como o fluxo comercial da granja foi rastreado e os ovos férteis inutilizados.
As medidas de contenção e erradicação do foco previstas no Plano Nacional de Contingência estão em curso, segundo o ministério. As ações incluem o bloqueio comercial da granja, o monitoramento da região, além da erradicação das aves do plantel afetado, assim como intensificação das medidas de fiscalização e biossegurança.
O ministro enfatizou que não há sinais de aves doentes em outras granjas comerciais na região do foco detectado.
Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa, mas não havia foco em aves comerciais no Brasil.
O governo alerta que não existe risco de transmissão da doença pelo consumo da carne ou de ovos.
"O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas", diz trecho da nota do Ministério da Agricultura.