
Ovos para incubação fornecidos pela granja de Montenegro onde foi descoberto um foco de gripe aviária, no Vale do Caí, foram rastreados, ao longo dos últimos dias, para que sejam destruídos a fim de reduzir o risco de proliferação da doença.
Conforme o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foram identificados incubatórios no próprio Rio Grande do Sul, no Paraná e em Minas Gerais que receberam produtos sob risco. O Mapa esclarece que não há comprovação de que esse material esteja contaminado pelo vírus H5N1, e o descarte é uma medida preventiva.
Os ovos fornecidos pela granja afetada não eram destinados ao consumo humano, mas seria utilizados como matrizes para a produção de novas aves. Por meio de nota oficial, o ministério informou que "já orientou a adoção das medidas de saneamento definidas no plano de contingência pra influenza aviária e doença de newcastle, que prevê a destruição desses ovos de maneira a mitigar qualquer risco".
A doença de newcastle é outra zoonose de origem viral que pode afetar aves, e foi identificada no ano passado no Vale do Taquari.
O Mapa reforçou que "não há comprovação de que tais ovos estejam contaminados com vírus da gripe aviária e que todas as medidas necessárias para proteção da avicultura nacional estão sendo adotadas, reforçando o compromisso do Mapa com a sociedade e com o setor produtivo."
O governo de Minas Gerais informou que já descartou 450 toneladas de ovos férteis e demais materiais provenientes do município gaúcho. Segundo nota do governo mineiro, a medida veio após rastreamento da carga realizado pela Secretaria da Agricultura e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
O governo informa que a medida foi "preventiva" e "necessária" para manter o controle sanitário das granjas mineiras, "seguindo planos prévios para possíveis ocorrências do tipo, garantindo contenção e erradicação da doença e a manutenção da capacidade produtiva do setor".
Estado de emergência em saúde animal
O governo do Rio Grande de Sul decretou estado de emergência em saúde animal por 60 dias após a confirmação do foco de gripe aviária H5N1 em granja em Montenegro. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado de sábado (17).
A medida é válida para os municípios de Triunfo, Capela de Santana, Nova Santa Rita, Montenegro, Esteio, Canoas, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Portão, todos próximos da cidade onde foi detectado o caso.
Com o decreto, o governo fica autorizado a agilizar questões administrativas e jurídicas para aquisição mais rápida de equipamentos e produtos quando necessário ou para acessar recursos disponíveis para o combate à doença.
O Ministério da Agricultura e Pecuária já havia decretado estado de emergência zoossanitária, ainda na sexta-feira, também por 60 dias.