
O alerta em torno da gripe aviária no país, potencializado após a confirmação do primeiro caso em atividade comercial na última sexta-feira (16), em Montenegro, eleva o rigor da contenção da doença, inclusive com a investigação de novos casos.
Outras seis suspeitas de influenza aviária estão no radar do Ministério da Agricultura, conforme painel de monitoramento que atualiza dados da doença em tempo real. Em coletiva de imprensa no final da tarde desta segunda (19), o Ministério da Agricultura descartou a detecção do vírus em três dos seis casos analisados.
Onde estão os focos investigados:
Resultado negativo
- Triunfo (RS): galinhas domésticas
- Nova Brasilândia (MT): galinhas domésticas
- Gracho Cardoso (SE): galinhas domésticas
Ainda em análise
- Ipumirim (SC): atividade comercial
- Salitre (CE): galinhas domésticas
- Aguiarnópolis (TO): atividade comercial
Os casos domésticos ou em aves silvestres não apresentam consequências para fins de mercado, como bloqueio de exportações, mas mantém os riscos quanto à disseminação do vírus.
Caso nenhum novo caso de gripe aviária seja registrado em 28 dias, o Brasil pode retornar ao status de país livre da doença, afirmou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Com a retomada do status, as exportações de carne de frango que foram suspensas devem ser normalizadas gradativamente.
Histórico de suspeitas no país
Desde 2022, 3.943 suspeitas de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves já foram investigadas pelo Serviço Veterinário Oficial. A doença levou quase duas décadas para ser registrada no país, um dos maiores produtores mundiais da proteína de frango, e desde então havia sido detectada somente em aves silvestres.
Dos 168 focos positivos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no país, 164 se deram em aves silvestres, três em aves de subsistência e somente um em aves comerciais. O desafio é conter a circulação do vírus, considerado de alto contágio, a fim de manter a doença longe principalmente das unidades produtoras.
No Rio Grande do Sul, as primeiras ocorrências de gripe aviária foram registradas em maio de 2023. O foco foi identificado em aves silvestres conhecidas como cisne-de-pescoço-preto, próximo à Lagoa Mangueira, no sul do Estado. Antes disso, no mesmo mês, o vírus havia sido identificado pela primeira vez no país no Espírito Santo, também em aves silvestres.
Cronologia da influenza aviária
- Maio 2023 - Vírus chega ao país, com primeiros casos identificados no Espírito Santo.
- Maio 2023 - Primeiro foco de gripe aviária em aves silvestres é confirmado no RS. Vírus foi identificado em aves da espécie Cygnus melancoryphus, conhecida como cisne-de-pescoço-preto, próximo à Lagoa Mangueira, no Sul.
- Junho 2023 - Contaminação chega a ave de criação doméstica no Espírito Santo.
- Julho 2023 - Vírus é detectado em ave de criação doméstica em Santa Catarina.
- Julho 2023 - RS decreta emergência zoossanitária por gripe aviária.
- Outubro 2023 - Primeiro foco de influenza em mamífero é registrado no RS.
- Janeiro 2024 - Governo prorroga estado de emergência zoossanitária até 22 de julho.
- Fevereiro 2024 - Primeiro foco mais próximo de regiões produtoras, em Rio Pardo.
- Maio 2025 — Primeiro foco de gripe aviária em produção de atividade comercial no país desde 2006, em granja de Montenegro, no RS.