
A suspeita de influenza aviária em um trabalhador da granja onde foi descoberto um foco da doença, em Montenegro, no Vale do Caí, foi descartada, conforme informou a Secretaria Estadual da Saúde (SES) nesta terça-feira (20).
O trabalhador, que apresentou sintomas comuns de gripe, foi submetido a um exame, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. O laboratório é considerado referência nacional para vírus respiratórios.
Após a coleta do material, ele ficou isolado aguardando o resultado, que deu negativo para a doença.
Além do exame de análise de material genético (método de PCR), foram feitas verificações de outros vírus respiratórios no homem, como o da gripe e da covid-19, todos com resultados não detectáveis.
O trabalhador não teve identidade divulgada.
Exames
O levantamento de pessoas com sintomas gripais entre aquelas que tiveram contato com animais infectados vem sendo realizado pela pasta desde a última semana. Esse trabalho começou após a confirmação de casos de influenza aviária em aves da granja comercial de Montenegro.
"O objetivo é identificar sinais e sintomas compatíveis com a definição de caso suspeito, conforme os protocolos estabelecidos para a vigilância da doença", diz trecho da comunicação da secretaria.

Baixo risco para humanos
De acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o risco de infecção por influenza aviária em humanos é baixo. A transmissão ocorre predominantemente em pessoas com contato próximo e frequente com aves ou mamíferos infectados, vivos ou mortos.
A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos. O Brasil nunca teve um caso de gripe aviária em humanos.
A vacina contra a gripe (influenza) protege contra a gripe aviária?
Não. A vacina contra a gripe sazonal não protege contra a gripe aviária. A vacina da gripe é atualizada todos os anos para proteger contra os principais vírus da gripe que circulam entre humanos, como os tipos A (H1N1 e H3N2) e B. Já a gripe aviária é causada por vírus diferentes, como o H5N1, que normalmente afetam aves e raramente infectam pessoas. Esses vírus não estão incluídos na vacina sazonal, pois são geneticamente diferentes e circulam principalmente entre aves.
Quais os principais sintomas nas aves?
Entre os principais sintomas apresentados nas aves estão alta mortalidade, dificuldade respiratória, torcicolo e falta de coordenação, crista e barbela inchadas e roxas, secreção nasal e ocular, espirros, dificuldade de locomoção e diarreia.
O que fazer se encontrar aves doentes ou mortas?
- Não se aproxime, alimente ou toque em animais silvestres, nem tente socorrê-las
- Não deixe cães, gatos e outros animais domésticos se aproximarem
- Em casos suspeitos, entre em contato com a Secretaria Estadual da Agricultura através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou pelo canal de notificação via WhatsApp (51) 98445-2033.
Cronologia da influenza aviária
- Maio 2023 - Vírus chega ao país, com primeiros casos identificados no Espírito Santo.
- Maio 2023 - Primeiro foco de gripe aviária em aves silvestres é confirmado no RS. Vírus foi identificado em aves da espécie Cygnus melancoryphus, conhecida como cisne-de-pescoço-preto, próximo à Lagoa Mangueira, no Sul.
- Junho 2023 - Contaminação chega a ave de criação doméstica no Espírito Santo.
- Julho 2023 - Vírus é detectado em ave de criação doméstica em Santa Catarina.
- Julho 2023 - RS decreta emergência zoossanitária por gripe aviária.
- Outubro 2023 - Primeiro foco de influenza em mamífero é registrado no RS.
- Janeiro 2024 - Governo prorroga estado de emergência zoossanitária até 22 de julho.
- Fevereiro 2024 - Primeiro foco mais próximo de regiões produtoras, em Rio Pardo.
- Maio 2025 — Primeiro foco de gripe aviária em produção de atividade comercial no país desde 2006, em granja de Montenegro, no RS.