
O governo estadual iniciou, nesta semana, a instalação de 130 novas estações que vão monitorar 24 bacias hidrográficas no Rio Grande do Sul. Desde terça-feira (7), oito equipamentos foram posicionados em pontos de Igrejinha, Nova Hartz, Três Coroas, Rolante, Imigrante, Teutônia, Travesseiro/Pouso Novo e Montenegro.
A previsão é que todos os equipamentos estejam em operação em dezembro deste ano, conforme informado neste sábado (11) pela Defesa Civil estadual.
Na enchente de 2024, um dos problemas detectados no enfrentamento à crise foi a fragilidade dos mecanismos de monitoramento e alerta dos níveis de rios e lagos, o que levou gestores públicos a atuar a partir de dados obtidos em plataformas abertas e fontes não-oficiais.
— As estações adquiridas suportam eventos extremos, propiciando um panorama para a melhor tomada de decisões durante o enfrentamento dos desastres. Nos eventos de 2023 e 2024, muitas estações foram levadas pelas águas. Durante eventos extremos, é imprescindível que se tenha o dado disponível para o monitoramento — pontuou Luciano Boeira, chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil estadual.
Serão 113 estações hidrológicas, com sensores de nível e precipitação, e outras 17 hidrometeorológicas, equipadas com detecção de velocidade e direção do vento, umidade, pressão atmosférica, temperatura e chuva.
A escolha dos locais obedeceu a critérios definidos pela Defesa Civil estadual, em conjunto com o corpo técnico da área da hidrologia. O investimento estadual é de R$ 47,1 milhões e integra o Plano Rio Grande.
Atualização a cada 15 segundos
As novas estações operam na modalidade nowcasting, ou seja, com previsões de curto prazo, e atualização de dados a cada 15 segundos. Elas são equipadas com sensores para medição do nível dos rios e do volume de chuva, câmeras para acompanhamento visual em tempo real. A transmissão dos dados ocorre via rede 4G/5G e redundância por satélite, o que garante a continuidade do funcionamento em situações adversas.
Os equipamentos medem entre seis e 12 metros de altura, conforme as características de cada local. A alimentação de energia é por placas solares, com autonomia mínima de sete dias, garantida por um conjunto de baterias que asseguram o funcionamento mesmo em baixa insolação.
Os dados obtidos pelos dispositivos serão disponibilizados para consulta pública no site da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
Confira as bacias hidrográficas que receberão os equipamentos:
- Rio Taquari - Antas
- Lagoa Mirim e Canal São Gonçalo
- Rio Camaquã
- Rio do Sinos
- Baixo Rio Jacuí
- Alto Rio Jacuí
- Rios Turvo - Santa Rosa - Santo Cristo
- Guaíba
- Rio Ibicuí
- Rio Pardo
- Rios Apuaê - Inhandava
- Rios Vacacaí - Vacacaí Mirim
- Rio Caí
- Litoral Médio
- Rio Tramandaí
- Rio Ijuí
- Rio da Várzea
- Rio Passo Fundo
- Rio Piratinim
- Rio Mampituba
- Rios Butuí - Icamaquã
- Rio Negro
- Rio Quaraí
- Rio Santa Maria


