
A startup gaúcha ESG Now combina tecnologia e conhecimento especializado para ajudar, a partir de dados, as empresas nas suas jornadas de sustentabilidade.
Com quase quatro anos de atuação, possui 140 clientes espalhados pelo mundo que apresentam resultados positivos em relação à descarbonização.
O CEO e cofundador, Elias Neto, comenta alguns dos resultados positivos que empresas conquistaram com o apoio da ESG Now.
Por que mensurar o carbono?
Por múltiplas perspectivas. Uma delas seria a de negócios, de mercado. Existe uma cobrança cada vez maior do mercado, dos clientes, principalmente em relações B2B, para que as empresas façam os seus inventários de emissões de gás de efeito estufa, que quantifiquem isso. Outra perspectiva de resposta, que eu gostaria que fosse a principal, é porque a gente tem um problema na nossa sociedade que é a emissão de gases causadores do aquecimento global e isso acaba desencadeando as mudanças climáticas e tudo que a gente tem vivenciado. Então, para qualquer empresa que queira falar sobre como ela pode contribuir para o processo de descarbonização, o primeiro passo é mensurar as suas emissões, porque não tem como falar sobre algo que você nem sabe exatamente qual o seu impacto.
Quais são os resultados positivos em relação ao mercado?
Cito cases de empresas gaúchas. Primeiro o da Box Print Embalagens e Display, que teve um alto avanço mercadológico por conta dos cuidados com a emissão de carbono. A empresa de Campo Bom investe há mais de 10 anos no monitoramento de emissões de gases de efeito estufa e tem um plano de descarbonização muito claro, o que abriu portas e atraiu clientes importantes, como a Natura.
Outro case superlegal é da Reiter Log, uma empresa de transportes que está sendo destaque e reconhecida por grandes multinacionais, como Unilever e L’Oreal, como uma empresa de sucesso em sustentabilidade principalmente olhando para a logística. Além de mensurar a emissão de carbono, a empresa vem substituindo a frota de caminhões pesados movidos a diesel para gás natural veicular (GNV) e biogás. Essas empresas estão conseguindo vantagem competitiva e abocanhar uma maior fatia do mercado em relação às suas concorrentes por conseguir entregar atributos de sustentabilidade além dos atributos normais de preço, de qualidade etc. Eu penso que o grande diferencial é quando as empresas conseguem desenvolver projetos que conseguem alinhar não só a pegada ambiental, mas também gerar valor econômico e social.
E em relação ao impacto ambiental?
Conseguimos tangibilizar quantas emissões foram evitadas e quanto isso equivale do ponto de vista, por exemplo, de plantio de árvores ou alguma outra correlação. No caso da Reiter Log, nós temos que, em 2024, cerca de 2.750 tCO2e (toneladas de dióxido de carbono equivalente) foram evitados, a partir da substituição de combustíveis fósseis (diesel) nos caminhões por alternativas como GNV, biometano e elétrico. Isto equivale à quantidade de carbono que é capturada por cerca de 17 mil árvores plantadas e preservadas na Mata Atlântica por 20 anos.
Já na Box Print, medidas como a substituição do abastecimento da frota de veículos leves de gasolina para etanol reduziram em 98% as emissões decorrentes do uso dos automóveis. A substituição do uso de combustíveis fósseis para alimentação da caldeira industrial por biomassa evita a geração de 1000 tCO2e por ano. Além disso, a empresa mantém áreas florestais nativas de florestas plantadas que, somadas, possuem um estoque de cerca de 53.600 tCO2e, compensando a integralidade das emissões de gases de efeito estufa gerados em suas operações.