Correção: Diferente do que foi publicado nesta notícia, às 10h21 do dia 23 de junho de 2016, os lotes de água mineral estavam contaminados com coliformes totais, e não coliformes fecais, como anteriormente divulgado. O texto foi corrigido no mesmo dia, às 16h49.
Uma operação conjunta do Ministério Público, Receita Estadual, Vigilância Sanitária e Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) desarticulou nesta quinta-feira (23) um esquema de venda de água mineral contaminada no Rio Grande do Sul. Mandados de prisão e de busca e apreensão são cumpridos nesta manhã em Porto Alegre e nos municípios de Lajeado e Progresso, no âmbito da Operação Gota D'Água.
Conforme investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, o esquema incluía a participação de agentes públicos responsáveis por fiscalizar a qualidade da água.
A marca investigada é a Água do Campo Branco, com sede em Progresso. Segundo os investigadores, a fonte de captação funcionava próximo a um criadouro de porcos e galinhas, o que levou à detecção de coliformes totais em diversos exames. Resultados também apontaram para a presença da bactéria Pseudomonas aeruginosa, que em contato com os olhos pode provocar cegueira. Segundo o MP, os problemas transcorriam com o conhecimento dos donos da empresa.
Três mandados de prisão foram autorizados contra dois sócios da empresa e um contra o químico industrial responsável. O Ministério Público também pretende pedir o afastamento do titular da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde.
Segundo os promotores, os problemas foram constatados pela vigilância sanitária local em julho 2015. A interdição da empresa proposta inicialmente, no entanto, foi substituída por um auto de infração. O valor da multa estipulado em R$ 20 mil foi reduzido para apenas R$ 2 mil. Segundo o MP, a influência do coordenador se deu por relação política com os sócios da empresa.
Segundo a Receita Estadual, 932 milhões de litros de água contaminada foram comercializados só este ano. O órgão também apura indícios de sonegação fiscal. Além disso, a empresa também operava com licença ambiental vencida desde fevereiro de 2013. A Rádio Gaúcha tenta contato com os representantes da companhia.