A análise das amostras da água coletadas em quatro pontos de Porto Alegre e enviadas para um laboratório de São Paulo não revelaram a causa do gosto e do cheiro, que vem causando desconforto para moradores de diversos bairros da Capital desde o final de maio. O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informou que o resultado dos exames garante a potabilidade da água, o que significa que ela pode ser consumida sem prejudicar a saúde.
O diretor-geral do Dmae, Elisandro de Oliveira, destacou que foi analisada a possível presença de 132 compostos na água tratada na Capital, o que vai além do determinado nas normativas vigentes no país.
"Nenhum dos compostos pesquisados, desses 132, estão presentes na água tratada, o que reforça o que temos dito desde o início, que a potabilidade da água de Porto Alegre está garantida".
Com base nesse laudo, o Dmae aponta que o desconforto tem origem em uma substância externa ao processo de tratamento da água realizado pelo órgão e que o causador provável é algum composto presente no Guaíba, ainda não detectado.
A prefeitura iniciou o processo de licenciamento ambiental junto à Fepam para alterar o ponto de captação da água mais afetada, que hoje é feito junto ao Cais Navegantes, próximo da Câncio Gomes com Voluntários da Pátria. A água captada nesse local abastece os sistemas São João e Moinhos de Vento (regiões norte e Central).
Uma obra será feita para que a captação seja realizada em um ponto no rio Jacuí, próximo ao Saco do Ferraz, onde a qualidade da água é melhor. Dos quatro efluentes do Guaíba, o rio Jacuí é o menos poluído e com maior vazão. A obra não tem prazo de conclusão previsto, já que é complexa.
"É um túnel escavado na rocha, a 30 metros abaixo do leito do Guaíba, que precisa de um estudo de impacto ambiental", destaca o diretor do Dmae.